Votação da LDO de 2026 é adiada após impasse sobre a MP do IOF
Governo e Congresso tentam acordo sobre regras orçamentárias em meio a tensão após derrota de medida provisória que ampliaria a arrecadação
Foi adiada para a próxima terça-feira, 21, a votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, (LDO) de 2026. A decisão da Comissão Mista de Orçamento (CMO), acontece após a tensão entre o Governo Federal e o Congresso, na esteira da rejeição a uma Medida Provisória (MP) que aumentaria a arrecadação da gestão federal.
O adiamento ocorre na perspectiva de eventuais alterações no texto feitas pelo governo, após a derrubada da MP. O governo pediu mais tempo para avaliar se fará alguma mudança, com o cenário posto de menor arrecadação do que o previsto. Além disso, há pontos do texto que são objetos de divergência entre a gestão e parlamentares.
No Congresso, cresce a insatisfação com o ritmo dos repasses federais, o que alimenta receios de que a situação possa se repetir em 2026. Já aliados do governo argumentam que o atual arcabouço fiscal torna a execução orçamentária mais rígida e reduz a flexibilidade para atender demandas.
Leia mais
O senador Randolfe Rodrigues confirmou que o adiamento da votação da LDO foi motivado pela derrubada da medida provisória (MP) 1.303/2025. A matéria, que previa uma arrecadação extra de cerca de R$ 17 bilhões, perdeu a validade neste mês e não foi avaliada pelo o Congresso.
"O governo está à disposição para perseguir o texto da LDO como ele está. Só que o centro da meta previsto não bate com a rejeição da medida provisória. Por isso, neste momento, não temos as contas fechadas. Quando o ministro Fernando Haddad fala, por exemplo, em corte de emendas, ele não está fazendo ameaça. É um diagnóstico da realidade: não teremos recursos para várias atividades. Entre elas, as emendas paramentares". afirmou Randolfe.