Após críticas de Guimarães, Jr Mano minimiza voto contra MP de Lula: 'divergências pontuais'

Deputado do PSB diz acreditar que voto contrário sobre a MP "não atrapalha" o apoio de Lula nas próximas eleições. "Tem outras pautas que podem ser construídas"

13:57 | Out. 11, 2025

Por: Thays Maria Salles
Júnior Mano (PSB) e José Guimarães (PT) são pré-candidatos ao Senado pela base governista do Ceará (foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados e Aurélio Alves/O POVO)

Pré-candidato ao Senado pela base governista do Ceará, o deputado federal Júnior Mano (PSB) minimizou o voto pela retirada de pauta da medida provisória nº 1303/2025. O ato foi rechaçado pelo líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT), ao asseverar que "quem vota contra o governo não terá apoio de Lula" nas eleições de 2026.

Questionado neste sábado, 11, sobre a declaração do petista, Júnior Mano disse que "divergências pontuais fazem parte da democracia e do debate político".

"Todos nós que integramos o campo governista devemos concentrar energia em construir pontes, somar forças e mostrar ao povo que estamos juntos por um Brasil e um Ceará mais fortes. Não faço política de quatro em quatro anos", afirmou ao O POVO.

Júnior Mano disse, ainda, acreditar que o voto contrário sobre a MP "não atrapalha" o apoio do chefe do Executivo brasileiro a ele nas próximas eleições. "Tem outras pautas que podem ser construídas. O presidente Lula está bem, retomando novamente o crescimento do Brasil", acrescentou.

"O que fortalece a unidade da base é o trabalho, o diálogo e o compromisso comum com os interesses da população, não com interesses eleitorais", reforçou o deputado do PSB. 

Entenda

Além de Júnior Mano, o deputado federal Moses Rodrigues votou pela retirada de pauta da medida provisória 1303/2025. Ambos são cotados como pré-candidatos ao Senado pela base governista do Ceará e estiveram entre os oito votos da bancada cearense contra o governo Lula

O POVO procurou o deputado do União Brasil para comentar o assunto, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação e será atualizado quando houver retorno.

Mano tem sido apontado pelo senador Cid Gomes como indicado do PSB à vaga que este último ocupa atualmente, e para a qual não tem mais intenção de concorrer, conforme declara.

Já Moses é cogitado para ser lançado à outra vaga ao Senado na chapa para reeleição do governador Elmano de Freitas (PT), no caso de a base aliada conseguir atrair a federação formada por União Brasil e Progressistas.

Segundo o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, o cearense José Guimarães, essas posições serão levadas ao conhecimento do presidente e pesarão na definição dos apoios no próximo ano.

"A sociedade está muito organizada. Teve gente que votou a favor da PEC da Blindagem e até hoje está pagando o preço. Quem estiver votando contra o governo não terá o apoio do Lula nos estados", disse em entrevista ao podcast Jogo Político, nessa sexta-feira, 10, ao ser questionado sobre as posições de Júnior Mano e Moses.

O próprio Guimarães é pré-candidato ao Senado e diz que não irá abrir mão. "O Lula tem muita clareza. Você acha que um deputado que votou a favor de aumentar o número de deputados, para derrubar IOF, votou a favor da PEC da Blindagem e agora contra os ricos pagarem imposto, isso vai passar impune na eleição? Não tem perigo. Isso aí vai ser levado muito em conta na eleição", defendeu o petista.

Conforme o deputado petista, "Lula está determinado, primeiro, a ganhar a eleição; segundo, escolher bem os aliados". Guimarães considera que a postura nas votações terá um preço político. "Ninguém perdoa. As pessoas estão dando tiro no pé, esses parlamentares da Câmara e do Senado".

Apontou ainda: "Estão pagando o preço, inclusive os aqui do Ceará. (...) E ainda tem gente que pretende ser candidato e vai chegar 2026 e vai abraçar o Lula... Não, essas votações serão referências para o Lula apoiar os candidatos e ir para os palanques nos estados". 

Assista à entrevista de José Guimarães: