Flotilha: Luizianne Lins e demais brasileiros deixaram Israel e já estão na Jordânia

Deputada e demais 12 brasileiros estavam presos na penitenciária de Ketziot, no sul de Israel e tiveram iniciado o processo de deportação

08:24 | Out. 07, 2025

Por: Marcelo Bloc
Grupo de brasileiros já se encontra em solo jordaniano (foto: Divulgação / Global Sumud Flotilla)

O grupo de 13 brasileiros que estavam detidos em Israel, incluindo a deputada federal cearense Luizianne Lins (PT), já se encontra na Jordânia. A assessoria da Flotilha Global Sumud informou que eles foram transferidos por via terrestre da prisão de Ketziot, no deserto de Neguev, até a fronteira com a Jordânia, país vizinho.

No local, eles foram recebidos pelas autoridades consulares brasileiras, que estão prestando a devida assistência. Ainda não há informações acerca de como e quando eles retornarão ao Brasil.

Primeiro integrante da delegação brasileira na Flotilha Global Sumud a ser deportado, Nicolas Calabrese relatou violência durante a captura por militares israelenses.

Sem assinatura

Luizianne Lins se recusou a assinar o documento de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses.

Segundo a advogada que acompanha a delegação, Luizianne considerou o documento abusivo e decidiu não assinar, "estando em solidariedade e unidade com os demais membros da delegação brasileira que não assinaram o documento".

Em nota enviada à imprensa, foi informado que decisão da parlamentar considerou sua "trajetória na defesa dos direitos humanos". Luizianne "entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação", afirma a nota.

A assessoria de Luizianne explicou ao O POVO que o documento seria a admissão de tentativa de entrar ilegalmente em Israel. "Ao assiná-lo, o participante reconhece formalmente uma culpa inexistente, assumindo a responsabilidade por um crime que não cometeu, já que a interceptação da flotilha ocorreu em águas internacionais e dentro de uma missão humanitária", informou a assessoria.

A parlamentar integra a delegação brasileira da flotilha humanitária Global Sumud Flotilla, interceptada por forças israelenses em águas internacionais enquanto transportava alimentos e medicamentos para a Faixa de Gaza. Apesar da recusa em assinar, Luizianne será deportada mesmo assim.

O primeiro integrante da delegação brasileira detido em Israel foi deportado do país após participar da Global Sumud Flotilla. Nicolas Calabrese foi deportado para a Turquia com os custos de passagem pagos pelo consulado italiano em Israel, segundo informações divulgadas por grupos de apoio aos ativistas.

Os brasileiros da Flotilha Global Sumud, receberam assistência de diplomatas da Embaixada do Brasil em Israel e de outros países nesta sexta-feira, 3, após dois dias da intercepção pelas forças armadas.

Segundo documento do Itamaraty, a todos os ativistas foi facultada a assinatura de documento que facilita e acelera o processo de deportação. "Quatro brasileiros já assinaram o documento e um quinto brasileiro manifestou intenção de assiná-lo, mas ainda não o fez".

A Flotilla confirmou que cinco brasileiros declararam estar em greve de fome contra o governo israelense. São eles: Ariadne Telles, Bruno Gilga, João Aguiar, Thiago Ávila e um outro integrante não identificado.

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