Líder do PT aciona STF para impedir que governadores nomeiem Eduardo Bolsonaro
Eduardo deve permanecer nos EUA mesmo após o fim da licença parlamentar, o que colocaria sua vaga na Câmara em risco. Nos bastidores, articulação com governadores aliados cogitava nomeação de Eduardo para cargo em alguma secretaria estadual
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de medida cautelar preventiva contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A solicitação, direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, tem como objetivo impedir que Eduardo assuma cargos comissionados em secretarias de governos estaduais.
O pedido visa coibir uma possível manobra política de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, para manter o parlamentar vinculado ao serviço público, garantindo prerrogativas do mandato mesmo à distância. Em petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, Lindbergh solicita também que governadores sejam responsabilizados caso tentem nomear o parlamentar e pede o afastamento imediato de Eduardo da Câmara dos Deputados.
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A solicitação ocorre após ser ventilado que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), estuda nomear Eduardo para uma secretaria especial vinculada à administração estadual. Na prática, a nomeação abriria caminho para uma nova licença da Câmara, evitando possível perda do mandato por faltas.
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Para Lindbergh, uma eventual nomeação de Eduardo a cargos comissionados em governos de aliados teria o objetivo de garantir sustentação financeira irregular a Eduardo Bolsonaro e preservar sua posição política enquanto ele permanece fora do país.
“Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos atuando contra o Brasil, em conjunto com Paulo Figueiredo, promovendo encontros políticos e midiáticos com lideranças estrangeiras e defendendo sanções econômicas contra o país — fato que já culminou no chamado tarifaço”, afirmou o petista. Ele também mencionou a decisão do presidente americano, Donald Trump, de aplicar uma taxa de 50% sobre exportações brasileiras, medida que passa a vigorar em agosto.
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Investigação mira articulações de Eduardo nos Estados Unidos
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente licenciado de seu mandato na Câmara, é investigado pelo STF no Inquérito 4.995, instaurado por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ausente do Brasil desde fevereiro, Eduardo é investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As investigações se concentram em sua atuação nos Estados Unidos, onde ele teria articulado, ao lado de aliados de Donald Trump, ações de retaliação contra autoridades brasileiras, como ministros do STF, procuradores e delegados.
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Segundo a PGR, as iniciativas configuram tentativas de intimidação institucional e poderiam interferir em processos que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Como medidas cautelares, o Supremo determinou a preservação das redes sociais do deputado, oitiva dos envolvidos e o congelamento de seus bens.
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