Cid afirma que 'intuição diz que Jr Mano é do bem' e diz que Gilmar devia deixar processo
Senador convocou imprensa para apresentar slides sobre investigação da PF que mira Júnior Mano, que é pré-candidato ao Senado em 2026
O senador Cid Gomes (PSB) saiu em defesa do deputado federal Júnior Mano (PSB), alvo de investigação da Polícia Federal (PF) sobre suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. Cid convocou a imprensa nesta quarta-feira, 16, para apresentar slides com "razões" para o posicionamento.
"São basicamente seis razões que me colocam naquilo que eu sempre considero obrigação quando eu acredito em alguma coisa. Eu fico na obrigação de depor, de testemunhar, de dar a minha palavra em defesa de alguém que acho que está sendo vítima de um processo complexo e que envolve interesses dos mais diversos, de onde você possa imaginar tem um interesse nessa questão", iniciou o senador.
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Em dado momento da apresentação, Cid criticou o processo baseado em "testemunho" ao mencionar a denúncia da ex-prefeita de Canindé Rozário Ximenes (Republicanos). "Não tem um papel. Veja se tem um papel que possa vincular o deputado Júnior Mano a desvios financeiros", repeliu.
Na oportunidade, o senador enfatizou a presunção de inocência, a falibilidade dos sistemas policial e judicial, e a ausência de provas concretas que liguem Júnior Mano às supostas atividades ilícitas. Para tal, mencionou a própria intuição e o apoio de prefeitos como evidência da idoneidade do deputado.
"Eu não sou dono da verdade, mas eu tenho essa intuição. Eu já devo ter convivido com cinco mil pessoas na política. Dessas, eu me enganei com cinco. O que me faz continuar crendo na minha intuição. A minha intuição diz que o Júnior Mano é uma pessoa do bem, que está na vida pública para servir, ajudar e naturalmente, também segundo a sua vocação, seguir em frente, fazer carreira, crescer", avaliou. "Até que se prove o contrário, ele é uma pessoa do bem".
Cid também pontuou que se fosse o ministro Gilmar Mendes, que autorizou operação da PF no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), pediria para sair do caso. "Todo mundo identifica uma ligação do ministro Gilmar Mendes com a política do Ceará", afirmou.
O ministro do STF é cunhado de Chiquinho Feitosa, presidente do Republicanos no Ceará e que teria desavenças com Mano.
Na ocasião, Cid também voltou a negar pretensão de disputar cadeira no Senado. "Quantos pretendem a vaga de senador? Tem um que não: eu. Enxergam nele [Júnior Mano] um oponente. Outra banda quer que eu seja candidato, uma ilusão que eu não tenho", reafirmou.
Entenda o caso
O nome de Júnior Mano foi lançado e é defendido por Cid Gomes como pré-candidato ao Senado Federal pela base do governo Elmano de Freitas, onde o PSB, partido deles, está alocado.
Na semana passada, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento funcional do parlamentar em Brasília (DF), em sua residência no Ceará e no gabinete dele na Câmara dos Deputados, onde agentes permaneceram por cerca de seis horas.
Mano nega envolvimento. Até esta quarta-feira, Cid ainda não tinha se manifestado sobre o assunto.