PF foi a residências de Júnior Mano em Brasília, no Ceará e levou até escada para gabinete
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado cearense, uma escada foi levada até o local
12:11 | Jul. 08, 2025
Os mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) foram cumpridos em mais de uma localidade, na manhã desta terça-feira, 8. Agentes da Polícia Federal (PF) estiveram no apartamento funcional que o parlamentar tem em Brasília (DF), em residência no Ceará e no gabinete de Mano na Câmara dos Deputados. Só deixaram o local por volta de 12h30min, após cerca de seis horas.
No momento da chegada dos policiais, o deputado encontrava-se em seu apartamento funcional, em Brasília. Já no gabinete do parlamentar, na Câmara dos Deputados, os agentes da PF chegaram pouco antes das 7 horas. Em certo momento, uma escada foi levada até o gabinete no cumprimento do mandado de busca e apreensão, como pode ser visto no vídeo abaixo.
O vídeo foi gravado pelo correspondente de O POVO em Brasília, João Paulo Biage. Segundo a assessoria, a escada foi utilizada para verificação padrão das luminárias do gabinete.
Como também é possível ver nas imagens, não houve avarias no teto do gabinete, como se cogitou pelo uso da escada. Os policiais levaram três malotes do local.
A expectativa é que Júnior Mano seja ouvido ainda esta semana nessa investigação. O deputado foi alvo nesta terça-feira da operação batizada de "Underhand", realizada pela Polícia Federal (PF). A ação da PF é uma iniciativa contra desvio de recursos públicos e cumpre 15 mandados de busca e apreensão nos municípios de Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio, e em Brasília/Distrito Federal. Houve o bloqueio de R$ 54,6 milhões das contas dos investigados.
O deputado, que é considerado pré-candidato ao Senado em 2026, nega envolvimento no esquema.
No sábado passado, O POVO mostrou com exclusividade que, a pedido da PF, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais 60 dias para que os investigadores concluam relatório sobre suposto desvio de emendas parlamentares no Ceará, no qual Mano é investigado. Com isso, a entrega do parecer ficou para agosto. O processo corre em segredo de Justiça.
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Entenda esquema de compra de votos
Ainda ao final de 2024, investigação da PF apontou Junior Mano como tendo "papel central" em um esquema de manipulação de eleições municipais em 51 cidades do Ceará, por meio de compra de votos e desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares.
Por ser parlamentar e, assim, ter prerrogativa de foro privilegiado, a competência para a condução das investigações é do STF, onde o caso tramita — de forma sigilosa — pelo ministro Gilmar Mendes.
Assista:
O esquema é o mesmo envolvendo o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), que foi impedido de tomar posse e se encontra foragido, com prisão preventiva decretada.
Bebeto foi preso em 23 de novembro de 2024, em operação do Ministério Público Estadual (MPCE) que investiga supostos atos ilícitos em contratos de abastecimentos de veículos da Prefeitura de Choró. Ele foi solto dez dias depois, mas teve a prisão preventiva decretada novamente por ocasião da operação da PF contra os crimes que teriam sido cometidos durante as eleições municipais. Está foragido desde então.
Com informações do correspondente de O POVO em Brasília, João Paulo Biage
Atualizada às 12h47min