O que deve acontecer nos próximos passos da guerra entre Israel e Irã

Irã minimiza ataque e nova retaliação pode não acontecer. Militares israelenses não comentaram sobre o ocorrido até então

A resposta de Israel ao ataque iraniano do último sábado, 13, veio nesta madrugada. Veículos de imprensa do Irã noticiaram explosões no bairro de Qahjavarestan, na cidade iraniana de Isfahan, de 2,2 milhões de habitantes. O cenário global, agora, questiona quais as consequências desta investida: se haverá mais ataques ou se os conflitos diretos entre os países encerraram.

Os ataques iranianos da semana passada, por sua vez, foram retaliação aos bombardeios do Consulado iraniado na Síria, no primeiro dia de abril. Na ocasião, o prédio foi atacado, em uma ação que matou ao menos 16 pessoas, incluindo dois integrantes do alto escalão militar do Irã. O País atribuiu à autoria dos ataques a Israel e uma resposta era esperada.

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Guerra mundial? ENTENDA riscos de conflito entre Israel e Irã se ampliar

Na ofensiva iraniana do último sábado, mais de 300 projéteis — com 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos — foram disparados. Destes, 99% foram interceptados pelo sistema de defesa aérea de Israel e dos seus aliados, conforme militares israelenses. Em resposta, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, afirmou que Israel tinha todo direito de retaliar.

Desde então, representantes internacionais pedem calma e moderação. Países aliados a Israel, como os Estados Unidos e a Inglaterra, apesar de afirmarem compromisso inflexível com a segurança israelense, alegavam que o país não necessariamente precisava revidar. Apesar disso, o governo americano teria sido avisado sobre a resposta desta madrugada.

Irã minimiza o ataque e uma nova retaliação pode não acontecer

Após os ataques em Isfahan, autoridades iranianas afirmaram à imprensa do País que os drones lançados foram interceptados e não chegaram a atingir o solo. Repórteres do canal de TV iraniano Irib ainda alegaram que as ofensivas não provocaram danos significativos na região.

Os moradores seguem sua rotina normalmente, o espaço aéreo, antes fechado, já foi reaberto. Além disso, até o momento imprensa ou governo iranianos não citaram o nome de Israel ao se referir aos ataques.

Nos últimos dias, líderes iranianos de alto escalão haviam dito que qualquer novo ataque de Israel desencadearia uma resposta rápida. “Caso o regime israelense embarque novamente no aventureirismo e tome medidas contra os interesses do Irã, nossa próxima resposta será imediata e em um nível máximo”, disse Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do País, na quinta-feira, 18, um dia antes.

O ministro das Relações Exteriores ainda disse que o Irã esperava que Israel não repita “o péssimo erro anterior”, se referindo ao ataque de Damasco.

Horas depois das investidas desta sexta, no entanto, uma autoridade iraniana teria dito à agência de notícias Reuters que "o Irã não tem planos de retaliação imediata contra Israel". Já uma autoridade dos EUA, disse à CNN, em anonimato, que os ataques diretos entre os dois inimigos estavam “encerrados”.

Os militares israelenses não comentaram sobre o ocorrido até então.

Os ataques entre Israel e Irã são algo sem precedentes. Israel e Irã são antigos inimigos, mas não costumam se atacar diretamente, ao contrário do que ocorreu no sábado. As tensões têm aumentado desde 7 de outubro de 2023, com o início do conflito entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza.

Mesmo assim, ambos evitavam se enfrentar, por alguns motivos. Dentre eles: Israel - por já estar envolvido em uma guerra -, e Irã - por receio de atacar um país que conta com o apoio dos Estados Unidos.

Pedidos de moderação vêm de países do mundo inteiro; ONU pede fim dos ataques

Após o lançamento de mísseis e drones pelo Irã, no sábado, foi realizada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), sob pedido de Israel. Na ocasião, o Irã defendeu que as ofensivas foram realizadas em conformidade com as regras estabelecidas pela ONU.

Já Israel defendeu a retaliação e, dias depois, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu ao Conselho de Segurança que imponha "todas as sanções possíveis" ao Irã, após seu ataque sem precedentes com drones e mísseis lançado contra o território israelense. "O Conselho precisa agir", afirmou Erdan em uma reunião de emergência do Conselho, exigindo que "todas as sanções possíveis sejam impostas ao Irã antes que seja tarde demais".

Em reação, países do mundo inteiro apelaram à contenção, temendo uma maior escalada na tensão do Oriente Médio. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a suspensão imediata de qualquer investida.

“Exorto todas as partes a exercerem a máxima contenção para evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente”, disse Guterres em publicação no X, antigo Twitter.

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