Por que o Irã atacou Israel?

Para o Irã, Israel não deveria existir. Os governantes do Irã veem o país como "pequeno Satanás", porque Israel é aliado aos Estados Unidos, a quem chamam de "grande "Satanás"

O Irã atacou Israel nesse sábado, 13, como retaliação a suposto ataque israelense ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, no início de abril. O revide do Irã era esperado, pois altos comandantes morreram no episódio de Damasco, que deixou 13 mortos, entre as quais um general de 63 anos com histórico de serviços prestados ao Corpo da Guarda Revolucionária, grupo pararelo do Irã, o mais numeroso dentro das Forças Armadas daquele país.

O ataque iraniano

Na ofensiva iraniana do último sábado, mais de 300 projéteis — com 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos — foram disparados. Destes, 99% foram interceptados pelo sistema de defesa aérea de Israel e dos seus aliados, conforme miliitares israelenses.

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Forças israelenses estão em alerta máximo e monitorando todos os alvos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que "juntos venceremos". O presidente Joe Biden reafirmou o "firme compromisso" da América com a segurança de Israel.

Relações entre Irá e Israel

Para o Irã, Israel não deveria existir. Os governantes do Irã veem o país como "pequeno Satanás", porque Israel é aliado aos Estados Unidos, a quem chamam de "grande "Satanás".

Israel, por sua vez, acusa o Irã de financiar grupos terroristas e de realizar ataques contra seus interesses. O Irã seria movido pelo antissemitismo dos chamados aiatolás.

Conforme a BBC, as relações entre os dois povos foi cordial até 1979, quando a Revolução Islâmica dos aiatolás obteve o poder em Teerã, capital do Irã.

O Irã se opôs ao plano de repartição do território palestino que originou o estado de Israel, em 1948. Mesmo assim, foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel. O primeiro foi o Egito.

Naquela época, o Irã era um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. Era o país onde monarca em que reinavam os xás da dinastia Pahlavi e um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio.

As coisas mudaram a partir de 1979. A revolução liderada por Ruhollah Khomeini derrubou o xá e instalou uma república islâmica que tinha entre as principais marcas era a rejeição ao imperialismo americano e a Israel.

O regime dos aiatolás rompeu com Israel, deixou de reconhecer a legitimidade do passaporte de seus cidadãos e tomou posse da embaixada israelense em Teerã para ceder à Organização para a Libertação da Palestina, que liderava a luta por um estado palestino contra Israel.

Ruhollah Khomeini começou a reivindicar a causa palestina como se fosse dele próprio. Grandes manifestações em prol da Palestina tornaram-se comuns em Terrã.

Até então, o Iraque de Saddam Hussein era visto como a maior preocupação israelense. O tempo, porém, fez Israel ver no Irã um perigo maior para a existência do Estado.

O Irã começou a ficar cada vez mais isolado e desenvolveu planejamento destinado a evitá-lo, de modo a afastar a possibilidade de ataques contra si: uma rede de organizações sintonizadas com Teerã realizaram ações armadas favoráveis aos seus interesses.

A libaneza Hezbollah, tida como terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, é a mais destacada delas. Israel também financia grupos armados que combatem os favoráveis ao Irã.

Programa nuclear

Em Israel, não se acredita na tese de que o programa nuclear iraniano tenha somente finalidades civis. É amplamente aceito que os serviços israelenses, em colaboração com os Estados Unidos, desenvolveram o vírus de computador Stuxnet, causador de sérios danos às instalações nucleares iranianas no início dos anos 2000.

Teerã afirma que Israel assassinou vários cientistas envolvidos com seu programa nuclear. Desde os ataques de de 7 de outubro 2023 realizados pelo Hamas contra Israel e a ofensiva militar de Israel em Gaza, o entendimento de analistas é de que o conflito pudesse provocar uma reação em cadeia, com a ocorrência de um confronto aberto entre Irã e Israel.

O ataque de Teerã contra Israel agrava o cenário de tensões, que evolui rapidamente. Jordânia, Libano e Iraque fecharam seu espaço aéreo. Irã e Israel também o fizeram, exceto para aviões militares.

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