Vereadora do Crato acusa colega de Câmara de agredi-la em sessão que discutia vaquejadas

Os dois envolvidos no caso afirmam ter feito boletim de ocorrência na delegacia

A sessão da última segunda-feira, 6, da Câmara Municipal do Crato terminou em confusão, com acusações de violência física e verbal entre parlamentares e uma ativista do direito dos animais. A Casa debatia um possível retorno da realização de vaquejadas no município, no momento em que uma mulher chegou ao local e gritou com os vereadores.

Em meio ao conflito, a vereadora Mariangela Bandeira (PMN) disse ter sido agredida por seu colega de Câmara, Erasmo Moraes (Pros), que nega acusação. Os presentes afirmaram ter feito boletim de ocorrência sobre o caso.

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É possível acompanhar a confusão que se formou quando a ativista entrou no plenário e gritou com os parlamentares. Alguns vereadores tentaram amenizar a situação, que acabou ficou mais tensa. Conforme os relatos, Erasmo tentou dar voz de prisão na mulher e retirá-la do local. 

Confira o momento da confusão

 

"Na sessão ordinária de hoje, depois de um debate polêmico em que envolvia a causa animal, fui agredida fisicamente e psicologicamente pelo colega de casa, vereador Erasmo Moraes, que estava agredindo com puxões uma ativista também da causa que esteve na Câmara e expressou seu repúdio ao tema que estava sendo abordado, que era ele a possível volta da Vaquejada em nossa cidade", escreveu a vereadora nas redes sociais. Ela gravou vídeo saindo do exame de corpo delito e afirmou ter feito denúncia sobre a agressão. 

"Eu tentando intervir para ajudar que a ativista fosse desvencilhada das mãos dele porque estava o tempo todo agressivo dizendo que ela estava presa e arrastando-a pelo braço. Eu também fui agredida por ele", disse.

Segundo o vereador, no entanto, a confusão teria acontecido quando a ativista fez xingamentos contra os parlamentares. “Safados, sem vergonha, carniças”, seriam alguns das palavras ditas por ela, conforme o relato do vereador. Ele confirmou que tentou dar voz de prisão da mulher, mas negou que tenha agredido as duas. Ele também afirmou que a vereadora teria proximidade com a mulher e, após o momento, teria se "vitimizado".

Presidindo a sessão do dia seguinte, o vereador Fernando Brasil (PP) afirmou ter lamentado o episódio, cobrou respeito, mas ressaltou que a população pode se manifestar na Casa tendo se inscrito com 24 horas de antecedência e respeitando os parlamentares.

"Isso é triste para nós vereadores. Nós precisamos ser respeitados pela população. Isso é a casa do povo com a população do Crato. Ele afirmou que as "providências" serão tomadas e a segurança será reforçada. 

Frente Parlamentar repudia o caso

A Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero emitiu nota de repúdio ao caso. A presidente da entidade, deputada estadual Larissa Gaspar (PT), fez postagem nas redes sociais garantindo acompanhar a situação e prestar "solidariedade e assistência devidas para esclarecimentos e providências pertinentes". 

"Embora a caracterização de violência política contra a mulher independa de lesão ou ameaça física, esta circunstância é fator ainda mais reprovável, pois interfere direta e profundamente na integridade feminina e incita a manutenção das estruturas e hábitos ostensivos de negação do direito das mulheres a atuarem na política em condições paritárias e dignas, o que atenta contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito", afirmou Gaspar em nota da Frente Parlamentar divulgada na última quarta-feira, 8.

Além de repudiar a conduta de Erasmo Moraes, a deputada criticou a postura de abandono dos parlamentares na sessão posterior ao caso, quando foi lida nota da Comissão Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres.

"Também merece repúdio a postura dos vereadores  daquela Casa Legislativa na sessão de 07/11/2023 ao abandonarem o Plenário no momento da leitura, pela vereadora Lourdes Teles (PT), de nota lavrada pela Comissão Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres".

 

 

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