1º de maio: ato em Fortaleza defende aumento do salário mínimo e critica Taxa do Lixo

Centrais sindicais destacaram a necessidade de valorização do salário mínimo e fazem crítica à atual taxa básica de juros (Selic) de 13,75% ao ano

Centrais sindicais realizaram, nesta segunda-feira, 1º de maio, um ato no bairro Pirambu, em Fortaleza, para marcar o Dia do Trabalhador. Partindo próximo à avenida Leste Oeste, manifestantes carregaram cartazes em defesa da valorização do salário mínimo e contra a Taxa do Lixo em Fortaleza.

Houve críticas ao prefeito José Sarto (PDT) e pedidos de revogação da cobrança sobre resíduos sólidos, cuja primeira parcela e a cota única venceram na última sexta-feira, 28 de abril. A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) entrou com ação na quinta-feira, 27, apontando que haveria inconstitucionalidade na taxa.

"Ele (prefeito Sarto) disse em rede nacional de que a Taxa do Lixo seria cobrada somente para os ricos. Muito pelo contrário, a Taxa do Lixo está sendo cobrada de maneira em geral na sociedade. Aqui mesmo no grande Pirambu tem gente recebendo boleto de R$ 300, de R$ 182 e isso pra nós é um absurdo e nós vamos continuar denunciando", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Will Pereira.

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Em relação ao salário mínimo, os sindicalistas comemoraram o anúncio feito na véspera pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que enviará ao Congresso Nacional, nos próximos dias, projeto de lei para tornar obrigatório o reajuste do salário mínimo acima da inflação. O petista deve assinar ainda a medida provisória (MP) para instituir o salário mínimo de R$ 1.320 este ano. Outro anúncio foi do reajuste da faixa de isenção do imposto de renda de R$ 1.903,98 para R$ 2.640,00. Lula prometeu, até o fim do mandato, elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil.

Will Pereira defende as medidas, mas cobra mais. O dirigente defendeu a instituição de uma mesa de negociações entre centrais sindicais e governo federal em torno do salário mínimo no Brasil. "Para você ter ideia, hoje, o salário mínimo, se tivesse mantido aquele diálogo das centrais sindicais e o governo federal (dos governos Lula entre 2003 e 2010), seria de R$ 2.980. Veja só quanto ficou desvalorizado sem essa mesa de negociação", destacou o sindicalista.

Também houve críticas à atual taxa básica de juros (Selic) de 13,75% por ano. A mobilização acontece às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que definirá nos dias 2 e 3 de maio se mantém ou altera o índice. Lula tem feito críticas ao Banco Central por não mexer na taxa.

A manifestação também se posicionou a favor das empresas públicas, pela revogação do Novo Ensino Médio, pela regulamentação do trabalho por aplicativo e por igualdade salarial entre homens e mulheres, entre outros assuntos.

Outros movimentos sindicais trouxeram bandeiras específicas das categorias, como o Piso Nacional da Enfermagem e o piso do Magistério. Para a presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce), Socorro Pires, o ato foi a oportunidade de reforçar as lutas em discussão.

"Hoje a nossa principal bandeira de luta é pela revogação das medidas antipovo, é pela reconstrução dos direitos da classe trabalhadora, em defesa de todas as formas de vida, da liberdade, de oportunidade, pela vida das mulheres e, principalmente, em defesa dos serviços públicos. Da educação pública, saúde pública e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras", afirmou a dirigente da federação. 

Participaram do ato deputados e vereadores de esquerda. A pauta política também se concentrou em críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e na defesa pela revogação de medidas instituídas pelo ex-mandatário e o antecessor, Michel Temer (MDB).

"É o primeiro ato onde a gente está tentado redemocratizar  e reconstruir o país, do desmonte que a gente passou durante esses quatro anos de governo Bolsonaro (...) A gente vem aqui mostrar que a luta e as ruas são a saída para a gente melhorar cada vez mais a vida do trabalhador", afirmou a vereadora de Fortaleza, Adriana Almeida (PT).

A vereadora de Caucaia Enedina Soares (PT) destacou como indispensável a discussão sobre valorização do salário mínimo. "Transformar em algo permanente, independentemente de quem seja o presidente, é uma importante conquista. Precisamos ainda discutir fortemente os juros altos. Nós temos hoje um um país em que praticamente 50% do orçamento vai para pagamento de juros da dívida pública", destacou a parlamentar.

Presidente da Fetamce, Socorro Dias, e a vereadora de Caucaia, Enedina Soares
Presidente da Fetamce, Socorro Dias, e a vereadora de Caucaia, Enedina Soares (Foto: Marcos Adegas / Fetamce)

"Aqui é a demonstração da classe trabalhadora organizada, unida e demonstrando que precisamos cada vez mais nos preparar para os grandes desafios que vão ter nos próximos anos contra a classe trabalhadora. E aqui é uma forma de ajudar. Ajudar os governos progressistas, ao mesmo tempo fazer a nossa luta acontecer na prática", disse o deputado estadual Missias Dias (PT), militante do MST.

Atividades

A atividade de rua foi organizada por CUT Ceará, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, Coletivo Sindical e Popular Travessia, CSP Conlutas, e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Houve ainda prestação de serviços pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), com  orientação profissional, atendimento para profissionais autônomos e pessoas com deficiência, cadastro, tira-dúvidas e habilitação ao seguro-desemprego, acesso ao microcrédito entre outras atividades voltadas à informação trabalhista.

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