Bolsonaro diz que Michelle usava cartão de amiga por não ter "limites de créditos disponíveis"

A fatura do cartão de amiga da ex-primeira dama foi encontrada na lista de contas pagas com dinheiro vivo pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, principal suspeito de envolvimento em caixa 2 dentro do Palácio do Planalto

O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, usava o cartão de crédito de uma amiga pois “não possuía limites de créditos disponíveis”.

“A primeira dama utilizou o cartão adicional de uma amiga de longa data. A utilização se deu porque a Michelle não possuía limites de créditos disponíveis. A última utilização foi em julho de 2021, cuja fatura resultou em quatrocentos e oito reais e três centavos”, escreveu Bolsonaro.

A amiga de Michelle é Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB). “A senhora Rosemary Cordeiro é amiga da Michelle há mais de 15 anos”, esclareceu.

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A fatura do cartão de Rosimary foi encontrada na lista de contas pagas com dinheiro vivo pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, principal suspeito de envolvimento em caixa 2 dentro do Palácio do Planalto.

Conhecido como “coronel Cid”, Mauro é ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo a investigação da Polícia Federal, comandada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cid pagava contas da então presidência em dinheiro vivo, inclusive, com saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas. As informações são da coluna de Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles.

Jair Bolsonaro (PL) confirmou as informações em escrito ao Metrópoles. O ex-presidente respondeu a outras perguntas em escrito sobre aspectos do caso. Em mais de uma pergunta, ele responde: “Nunca foram feitos saques do cartão corporativo pessoal que ficava nas mãos dos ajudantes de ordens, bem como nunca se utilizaram do mesmo”.

Bolsonaro se refere ao “cartão corporativo pessoal” mais de uma vez, desconsiderando que havia outros cartões à disposição da equipe de Cid.

Ao ser questionado do por quê o tenente-coronel Mauro Cesar Cid e equipe pagavam contas e outras despesas do senhor e de seus familiares em dinheiro vivo, o ex-presidente respondeu que cabe a ajudância de ordens “prestar os serviços de assistência direta e imediata ao presidente da República nos assuntos de natureza pessoa”.

“Conforme o decreto número 10.374, de 2020, compete e faz parte das atribuições da ajudância de ordens prestar os serviços de assistência direta e imediata ao presidente da República nos assuntos de natureza pessoal, em regime de atendimento permanente e ininterrupto, em Brasília ou em viagem, receber correspondências e objetos entregues ao presidente da República em cerimônias e viagens e encaminhá-los aos setores competentes, e realizar outras atividades determinadas pelo chefe do gabinete pessoal do presidente da República”, escreveu.

Segundo o Metrópoles, a Polícia Federal suspeita que o "coronel Cid" operava uma espécie de “caixa paralelo”, por meio de saques de recursos dos cartões corporativos. Porém, Bolsonaro nega.

Manifestações e atos antidemocráticos

A investigação da PF também apurou que o tenente-coronel Cid agia como uma ligação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores extremistas, que disseminavam a organização de atos radicais e antidemocráticos na frente dos Quartéis Generais do Exército.

Os atos de caráter golpistas culminaram na invasão das sedes dos três poderes, no domingo, 8, em Brasília.

De acordo com o ex-presidente, “os ajudantes de ordens são responsáveis pela condução e execução da agenda presidencial e durante o dia várias pessoas buscam contato com o presidente da República”. A declaração foi para responder por que cabia ao tenente-coronel Cid falar com os apoiadores.

Um dos contatos frequentes do "coronel Cid" era Allan dos Santos, blogueiro que teve prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) e vive nos Estados Unidos.

Segundo a investigação, há mensagens de áudios e textos incitando os bolsonaristas a conspirarem contra as instituições de poder. O próprio Bolsonaro aparece como o emissor de mensagens em que indicam que ele tinha conhecimento das ordens do tenente.

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