O que se sabe sobre o assassinato de militante petista em Foz do Iguaçu

O guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado a tiros nesse sábado, 9, durante sua festa de aniversário de 50 anos, cujo tema era o PT e o ex-presidente Lula.

O crime foi cometido pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu o local e trocou tiros com a vítima, atingida com três disparos. O policial penal bolsonarista também foi baleado e depois encaminhado ao hospital.

A Polícia Civil chegou a informar que o agressor teria morrido após ser baleado, mas posteriormente afirmou que ele está vivo e estável.

Bolsonarista que matou petista está vivo e "estável"

Ao contrário das informações iniciais, o autor dos disparos que mataram o guarda municipal petista Marcelo Arruda não morreu. A informação foi revelada por Iane Cardoso, delegada da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, e que integra as investigações sobre o assassinato de petista na festa de aniversário dele.

Segundo a agente, o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho foi encaminhado para unidade hospitalar e se encontra em estado estável.

"Ele está vivo e estável, custodiado pela Polícia Militar e autuado em flagrante", afirmou a delegada em uma entrevista coletiva neste domingo, 10. Após o crime, ele foi levado para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck.

Esposa de petista morto diz que agressor queria "matar as pessoas da festa"

A investigadora da Polícia Civil, Pamela Suellen Silva, esposa do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda, contou que o bolsonarista José da Rocha Guaranho entrou no local com o objetivo de “matar as pessoas da festa”, em relato à coluna da jornalista Bela Megale, do O Globo.

“No fim da festa essa pessoa que ninguém conhecia apareceu num carro, abriu o vidro e gritou: ‘Fora PT, Lula ladrão, Bolsonaro mito’. Marcelo foi até ele pedir que fosse embora e ele sacou uma arma e apontou para o Marcelo. A mulher dele estava dentro do carro com uma criança e pediu para ele ir embora. Ele foi, mas disse que voltaria”,contou Pamela.

E prosseguiu: “Quando ele retornou eu disse: ‘Vai embora, cara, polícia’, mostrando que éramos policiais. Mas ele começou a atirar a esmo, foi com intuito de matar as pessoas da festa. Aí Marcelo revidou. Um tiro atingiu a perna do Marcelo e o assassino chegou muito perto para executá-lo. Marcelo estava caído no chão. Foi horrível, uma cena de horror”, concluiu.

O que disse Lula?

O ex-presidente Lula se manifestou por meio de suas redes sociais e lamentou o ocorrido, pedindo democracia, diálogo, tolerância e paz.

"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha", afirmou Lula em sua conta do Twitter.

O ex-presidente também pediu solidariedade para a família do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. "Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável", finalizou Lula.

O que disse Bolsonaro?

O presidente Jair Bolsonaro afirmou dispensar “qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores” por meio de suas redes sociais.

“A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, afirmou Bolsonaro.

O presidente ainda relembrou o ataque a faca que sofreu em setembro de 2018 durante o período eleitoral. "É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento", escreveu Bolsonaro.

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