Soldado Noelio responsabiliza o governo por motim

"As paralisações não ocorrem por que os policiais querem se rebelar contra o governo aleatoriamente. São trabalhadores lutando por melhores condições de trabalho", disse o deputado ao Jogo Político

Durante participação no programa Jogo Político desta terça-feira, 22, o deputado Soldado Noelio (União Brasil) defendeu a legitimidade do motim policial de 2020 no Ceará e responsabilizou o Governo do Estado pela insurreição.

"A primeira coisa que tem que ser dita é que as paralisações da polícia, elas ocorrem por causa do próprio governo, que não dá atenção. Poucas pessoas sabem, mas no Estado do Ceará, nesse momento, tem policiais trabalhando que são explorados em sua carga horário de trabalho, trabalham 72 horas a mais que outros policiais e não recebem nenhum centavo por isso", argumentou o parlamentar, destacando na sequência que a categoria recebe o pior auxílio alimentação entre todos os servidores do Estado.  

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"As paralisações não ocorrem porque os policiais querem se rebelar contra o governo aleatoriamente. São trabalhadores lutando por melhores condições de trabalho", disse Noelio, não mencionando o fato de que a Constituição Federal proíbe de forma expressa que policiais militares, bombeiros militares e militares das Forças Armadas façam greve.

Questionado sobre uma suposta relação entre o motim de 2020 e o aumento da violência no Ceará, argumento bastante citado por políticos governistas, Noelio afirmou que em anos anteriores, quando a categoria não esteve paralisada, os índices de violência no Estado já eram altos. "Em 2017 não houve paralisação da polícia e tiveram mais de 5 mil homicídios no Estado do Ceará. A culpa é da paralisação?", questionou. 

O deputado classificou ainda a gestão do grupo que se mantém no poder do Governo do Ceará como "era Ferreira Gomes de perseguição à polícia".

"No mesmo ano [do motim], o governador Camilo reduziu mais 400 milhões de investimentos na área da segurança pública. Quer dizer que isso não influencia nos resultados de segurança pública? A culpa é dos policiais, de quem tentou ter uma salário mais digno, uma carreira mais equilibrada?", concluiu.

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