Relembre como foi a greve dos caminhoneiros de 2018

A greve de 2018 durou 10 dias, entre 21 e 30 de maio. No seu auge, a paralisação atingiu 24 Estados e o Distrito Federal. Causa principal foi disparada do preço do diesel. Na época pré-candidato, Bolsonaro apoiou movimento

Com novo aumento no valor do combustível anunciado pela Petrobras (25% do diesel e de 19% da gasolina), caminhoneiros prometerem realizar nova paralisação em protesto. No ano 2018, durante o governo do então presidente Michel Temer (MDB), a categoria também se mobilizou por conta de aumento no valor do óleo diesel.

Naquele ano, rodovias de todo o País ficaram paralisadas, além de áreas estratégicas, como o entorno de refinarias da Petrobras e o Porto de Santos, dificultando ainda mais o fluxo de produtos. A greve de 2018 durou 10 dias, entre 21 e 30 de maio. No seu auge, a paralisação atingiu 24 estados e o Distrito Federal.

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A categoria inclusive recebeu o incentivo do presidente Jair Bolsonaro, então deputado federal, que parabenizou os caminhoneiros e defendeu continuar a paralisação. Naquela época pré-candidato à Presidência pelo PSL, Bolsonaro gravou um vídeo onde afirmava: "Somente a paralisação poderá forçar o presidente da República a dar uma solução para o caso".

Entre as consequências da greve, foi verificado desabastecimento de produtos, principalmente os perecíveis, nos mercados e aumento expressivo no preço gasolina. Segundo dados apurados pela Fecomercio, cerca de 90% dos postos de gasolina da Bahia, Distrito Federal e em Minas Gerais ficaram sem o insumo.

Por causa do desabastecimento, o preço do litro gasolina chegou a R$ 10 em um momento em que o preço médio era de R$ 4. O desabastecimento influenciou ainda o índice inflacionário do mês de maio de 2018, que registrou aumento de 0,40%, o dobro em relação ao mês de maio do ano anterior. 

Em um momento mais crítico da paralisação, em que suas consequências já atingiam o cotidiano de grande parte dos brasileiros, o presidente Michel Temer chegou a acionar forças federais para surtar os efeitos da greve e retomar a livre circulação nas rodovias, bem como o abastecimento.

Temer assinou decreto dando poder de polícia às Forças Armadas em todo o país até o dia 4 de junho daquele ano. Foi a primeira vez que uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) teve abrangência nacional, e não apenas em Estados e municípios específicos.

A categoria se organizou após aumento do óleo diesel, que sofrera reajuste de mais 50% nos 12 meses anteriores. A principal reivindicação era em relação aos impostos sobre o combustível, como o PIS-Cofins. Caminhoneiros também exigiam a fixação de uma tabela mínima para os valores de frete.

Após uma série de negociações, a reivindicação sobre o óleo diesel foi atendida por meio da Medida Provisória 838 (de 30 de maio de 2018), convertida na Lei nº 13.723 (de 04 de outubro de 2018), que dispõe sobre a subvenção econômica do óleo diesel de uso rodoviário no País.

Inicialmente a subvenção foi estabelecida em R$ 0,07 por litro até o dia 7 de junho de 2018, sendo ampliada para R$ 0,30 por litro entre 8 de junho e 31 de dezembro de 2018. A subvenção ao óleo diesel e a redução de impostos federais como PIS e Cofins foram as principais medidas implementadas pelo governo presidencial de Michel Temer para frear a greve dos caminhoneiros.

Após a garantia de subvenção do insumo, o estabelecimento de um piso para o valor do frete e a redução de impostos, os caminhoneiros liberaram as rodovias e retomaram suas operações.

Nova paralisação

Dessa vez, a categoria decidiu parar os caminhões em suas bases e ameaçam uma greve a partir dessa sexta-feira, 11 de março, quando passou a valer o reajuste no preço do combustível. Empresas afirmaram que o aumento anunciado pela Petrobras inviabilizou o frete e que, até que as condições financeiras sejam restabelecidas, a frota ficará parada.

A orientação para quem estiver com cargas em andamento é que terminem as entregas e voltem para as bases. O assessor executivo da presidência da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maués, diz, no entanto, que se trata de uma paralisação técnica, sem bloqueios nas estradas. "O aumento fez com que o sistema entrasse em colapso."

Wagner Jones Almeida, outro assessor da CNTA e empresário do ramo de transporte de combustível, também confirmou as paralisações na sua área. "Já havia uma defasagem nos preços do frete de 24% a 25%. O novo aumento inviabilizou o custo, pois as empresas já não aceitavam reajustar os valores", disse. "Agora piorou."

Na quinta-feira, 10, após 57 dias, a Petrobras anunciou aumento de 25% do diesel e de 19% da gasolina. O reajuste vale a partir de hoje. Com a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, a estatal não conseguiu segurar os reajustes.

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