Entenda as estratégias militares da Rússia durante invasão à Ucrânia

Além da capital Kiev, centro do poder ucraniano,as cidades de Kharkiv, Mariupol, Berdyansk, Kherson, Chernihiv, Odessa, Lutsk e Liviv têm militares russos; nenhuma cidade foi oficialmente tomada ainda

Apesar de não terem tomado efetivamente o poder de nenhuma cidade ucraniana, as tropas russas já cercam ao menos nove regiões do país no Leste da Europa. Ao longo desta semana, o exército russo ampliou a ofensiva. Contra a capital Kiev, nesse momento, marcha um megacomboio de 64 quilômetros de extensão.

A Ucrânia vive o sexta dia de ataques. Além da capital Kiev, centro do poder ucraniano, Kharkiv, Mariupol, Berdyansk, Kherson, Chernihiv, Odessa, Lutsk e Liviv têm militares russos. A capital Kiev e Kharkiv, segunda maior cidade do país, estão sob fortes bombardeios.

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O Exército russo alertou que fará ataques a órgãos de serviço de segurança em Kiev. Essa é mais uma tentativa do presidente russo, Vladimir Putin, de tomar o poder.

De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, todavia, o comboio que marcha em direção a Kiev fez pouca movimentação em três dias.

As autoridades de defesa dos EUA, por sua vez, afirmam que a Rússia ainda pretende cercar e tomar a cidade usando táticas de cerco, se necessário.

A Rússia iniciou a ofensiva no último dia 24, quando forças começaram a bombardear diversas regiões do país no Leste europeu. O conflito se iniciou quando o presidente russo Vladimir Putin autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

Relatórios informam que as tropas avançaram a partir do norte na direção de Kiev; do leste por Donetsk, Luhansk e Kharkiv; e da Crimeia no sul.

Donetsk e Luhansk são duas regiões separatistas pró-Rússia, cuja independência Moscou reconheceu em 21 de fevereiro. Já Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada perto da fronteira com a Rússia. A Crimeia, por sua vez, foi anexada pela Rússia em 2014, na última grande crise político-institucional da região.

A partir do dia 24 de fevereiro, explosões foram ouvidas em muitas cidades do país, enquanto as defesas aéreas da Ucrânia e outras infraestruturas militares eram atacadas. Analistas explicam que os ataques aéreos visam abrir caminho para as tropas terrestres se moverem.

Entre os alvos iniciais estavam locais em Kiev, Kharkiv, Odesa e Ivano-Frankivsk — esta última localizada no Oeste da Ucrânia, a mais de 800 km de distância da fronteira russa, que fica ao leste do país.

Uma reportagem da BCC News Brasil dá detalhes do avanço russo ao longo dos dias. De acordo com a publicação, do norte, acredita-se que as tropas russas cruzaram para a Ucrânia pela tripla fronteira entre Ucrânia, Rússia e Belarus, em Senkivka. 

Nas últimas semanas, um grande destacamento de tropas russas se reuniu perto de Novye Yurkovichi e Troebortno, incluindo "todo o 41º exército", segundo Michael Kofman, do Centro de Análises Navais, com sede nos EUA.

O 41º Exército de Armas Combinadas (CAA) é um exército de campo das Forças Terrestres da Rússia, formado em 1942 como parte do Exército Vermelho Soviético, durante a Segunda Guerra Mundial.

A partir da fronteira, colunas de blindados, incluindo tanques e múltiplos sistemas de lançamento de foguetes, moveram-se em direção a Chernihiv, em uma rota.

Um ataque com mísseis também atingiu a cidade de Brovary, a leste de Kiev.

Também foram registradas grandes explosões em Donetsk e bombardeios semelhantes vindos da direção de Belgorod, do outro lado da fronteira, onde grandes movimentos de tropas foram relatados desde 23 de dezembro.

A agência de notícias russa Interfax relatou alegações de separatistas apoiados pela Rússia de que eles teriam iniciado uma ofensiva na cidade de Shchastia, em Luhansk, controlada pela Ucrânia.

Também houve batalhas violentas em torno de Sumy, perto de Kharkiv.

Acredita-se que existam cerca de 15 mil separatistas apoiados pela Rússia em Donetsk e Luhansk, que podem ajudar o avanço russo. A Ucrânia acredita que o número é maior.

No sul, as tropas cruzaram da Crimeia para o continente, em direção a Kherson, tomando Chongar e Novo Alekseyevka.

Explosões foram ouvidas em cidades de toda a região, incluindo Odessa, Mariupol, Melitpol e Kherson.

Autoridades ucranianas — citadas pela agência de notícias Reuters — disseram que tropas russas desembarcaram nos portos de Odessa e Mariupol.

Nos últimos dias, a Rússia posicionou navios de desembarque capazes de implantar tanques de guerra, veículos blindados e homens ao largo da costa ucraniana, em uma grande escalada de suas forças no Mar Negro e no Mar de Azov.

As forças ucranianas estão concentradas no leste da Ucrânia, na direção de Donetsk e Luhansk.

Ben Barry, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, diz que um avanço russo ao norte da Crimeia pode conseguir separá-las de Kiev, isolando-as no lado leste do rio Dnieper.

Com tropas russas a leste, em Donetsk e Luhansk, ao norte da Rússia e na margem oeste do Dniepre, eles seriam cercados. 

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