O que se sabe até agora sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia

Os ataques da Rússia contra a Ucrânia entraram pelo segundo dia, nesta sexta-feira, 25

Os ataques da Rússia contra a Ucrânia entraram no segundo dia nesta sexta-feira, 25. O presidente russo Vladimir Putin ordenou que suas forças invadissem completamente o país por terra, ar e mar. Com isso, a capital ucraniana já se prepara  para a chegada de tanques russos. Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu mais ajuda dos aliados e disse que os ucranianos estão defendendo o país “sozinhos”. 

Com tantos acontecimentos em poucos dias, O POVO fez uma lista sobre o que se sabe até agora da guerra entre Rússia e Ucrânia: 

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1. Por que Putin ordenou invasão da Ucrânia?

O presidente da Rússia Vladimir Putin autorizou o início da operação contra a Ucrânia às 5h de quinta-feira, 24, zero hora de Brasília. O ataque foi simultâneo por terra, ar e mar e contra diferentes cidades.
Nesta sexta-feira, 25, Putin incentivou que o exército ucraniano assuma o poder na capital Kiev para derrubar o governo de Volodymyr Zelensky. 

A investida foi realizada pela Rússia após o país reclamar de uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, há partes da Ucrânia profundamente ligadas à Rússia , inclusive com relações de cunho cultural, como no caso do idioma; o russo é falado amplamente em parte do território ucraniano, como em porções mais ao Leste.

Para Putin, a proximidade com a Otan e  o ocidente é visto como uma ameaça aos seus interesses políticos, comerciais e zonas de influência russa no Leste Europeu.

2. Quantas pessoas já morreram no conflito?

Várias fontes contabilizam números diferentes de óbitos. Segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao menos 137 cidadãos ucranianos morreram após os ataques russos no país. Ele alega que, até esta sexta-feira, 25, outras 316 pessoas ficaram feridas nos combates. Já o escritório de Direitos Humanos da ONU defende as informações concedidas por alguns relatórios que relatam a contagem de 127 vítimas ucranianas. Destas, 25 pessoas foram mortas, e 102, feridas por causa de bombardeios aéreos.

Tropas da capital da Ucrânia abateram sete aviões, seis helicópteros, mais de 30 tanques e 130 veículos blindados, com 800 soldados russos mortos, afirma a embaixada da Ucrânia no Brasil. A Rússia não tinha informado o número de baixas.

3. Quantos soldados estão envolvidos na guerra?

O poderio militar da Rússia é muito maior que o da Ucrânia. A Rússia tem 2,9 milhões de soldados, 900 mil deles na ativa. Já a Ucrânia tem 200 mil na ativa, de um total de 1,1 milhão. Durante a escalada de tensão, o governo russo deslocou cerca de 100 mil soldados, equipados com tudo, desde tanques e artilharia até munição e poder aéreo, para a fronteira. Além de mais soldados, a Rússia possui mais aeronaves de ataque, tanques, veículos blindados e artilharia. 

MOVIMENTAÇÃO de tropas ucranianas próximo à região separatista
MOVIMENTAÇÃO de tropas ucranianas próximo à região separatista (Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP)

De acordo com a estimativa mais recente da empresa de análise militar Janes, atualmente o efetivo mobilizado pela Rússia em direção à Ucrânia ultrapassa 175 mil combatentes - quase o equivalente ao total de membros da ativa nas Forças Armadas ucranianas.

4. Quem apoia a Ucrânia, quem apoia a Rússia e quem está neutro

A maioria dos países no mundo demonstraram ser contra a invasão da Rússia na Ucrânia. Além dos Estados Unidos que, desde o início da crise tem tido posicionamento contundente contra as ações de Putin, governantes do México, Colômbia, Chile, Alemanha, França, Japão, entre outros, repudiaram a guerra.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson disse nas redes sociais estar chocado com o ataque não provocado da Rússia. Ele afirmou que Putin escolheu o caminho “do derramamento de sangue e destruição” e garantiu que o Reino Unido vai responder de “forma decisiva”.

A Argentina, Peru, Uruguai, Bélgica, Israel, República Tcheca, Turquia, Canadá, Itália, Austrália, Finlândia, Suécia, Noruega, Polônia e a União Europeia em peso, também manifestaram ser contra o uso da força e demonstraram apoio à Ucrânia.

No entanto, alguns países decidiram demonstrar apoio a Putin. É o caso Armênia, Cuba, Venezuela, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Síria e Nicarágua. “A Venezuela está com Putin, está com a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo, e vamos nos aliar cada vez mais”, disse Nicolás Maduro. Entretanto, por volta de 20h desta quinta (24), o líder venezuelano comunicou pelos redes sociais estar pedindo pela "busca de soluções pacíficas para resolver as diferenças entre as partes".

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, expressou apoio "ao povo da Rússia, ao presidente Putin”. “Nossa solidariedade e nosso incentivo nessa luta que o povo russo está travando pela paz". Tajiquistão e Síria também prestaram solidariedade ao presidente russo. 

Já o Brasil resolveu adotar um tom de neutralidade diante do conflito. O Ministério das Relações Exteriores, em uma linha considerada protocolar, emitiu um posicionamento em que diz que o governo acompanha com "grave preocupação" as operações militares da Rússia contra a Ucrânia e apelou pela "suspensão imediata das hostilidades" e pelo "início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão". Apesar das pressões para adotar um discurso mais incisivo em relação à Rússia, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontrou recentemente com Putin na Rússia, disse que está preocupado em ajudar os brasileiros que residem na Ucrânia. 

Jair Bolsonaro e o presidente russo Vladimir Putin
Jair Bolsonaro e o presidente russo Vladimir Putin (Foto: Oficial Kremlin/PR)

O presidente também não condenou a invasão russa à Ucrânia, mas ponderou que, "na medida do possível", o Brasil fará "tudo que estiver ao nosso alcance" pela paz. "Queremos a paz porque ela interessa a todos nós, a guerra não interessa a ninguém. A nossa posição é pela paz", declarou em live nesta quinta. A China, que mantém fortes relações com a Rússia, também adota a postura de não classificar a ação russa como invasão e defender o diálogo em busca da paz. 

5. Quais as cidades que estão sendo atacadas

Documentário da Netflix aborda manifestações na Ucrânia após governo desistir de acordo com a União Europeia para estreitar laços com a Rússia
Documentário da Netflix aborda manifestações na Ucrânia após governo desistir de acordo com a União Europeia para estreitar laços com a Rússia (Foto: Reprodução)

A Ucrânia tem registro de ataques militares e presenças de tropas russas em pelo menos nove cidades, incluindo a capital Kiev. Houve a ocorrência de explosões e destruições de edifícios e bases militares ucranianas, como parte da invasão ordenada iniciada na quinta por Vladimir Putin.

O Exército russo informou que os ataques destruíram 74 instalações militares na Ucrânia, incluindo 11 aeródromos. Além de Kiev, as cidades que receberam bombardeios são Dnipro, Ivano-Frankivsk, Kharkiv, Kherson, Kramatorsk, Lutsk, Mariupol e Odessa.

6. Para onde os refugiados estão migrando?

Mais de 50 mil ucranianos fugiram de seu país desde o início da invasão russa, nesta quinta-feira, 24, informou o alto-comissário das Nações Unidas para os refugiados, Filippo Grandi.  "Mais de 50 mil refugiados ucranianos fugiram de seu país em menos de 48 horas, a maioria em direção a Polônia e Moldova. E muitos outros se dirigem para as fronteiras", publicou Grandi. 

Homens limpam destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev, onde um bombardeio militar supostamente atingiu, em 25 de fevereiro de 2022
Homens limpam destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev, onde um bombardeio militar supostamente atingiu, em 25 de fevereiro de 2022 (Foto: DANIEL LEAL / AFP)

Os países da Europa Central se preparam deste a quinta para receber pessoas fugindo da invasão russa da Ucrânia, com a Polônia estabelecendo pontos de recepção em sua fronteira e a Hungria planejando enviar tropas para criar um corredor para refugiados.

Os países do flanco oriental da União Europeia já foram todos parte do Pacto de Varsóvia, liderado por Moscou, e agora são membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Entre eles, Polônia, Hungria, Eslováquia e Romênia compartilham fronteiras terrestres com a Ucrânia.

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