Conheça a trajetória do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo

Ele era considerado um dos principais influenciadores de movimentos mais à direita, sendo considerado por alguns como o pai da Nova Direita brasileira

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho nasceu na cidade de Campinas, em São Paulo, no dia 29 de abril de 1947. Autointitulado professor de filosofia, apesar de não ter formação acadêmica, ficou conhecido por opiniões de cunho conservador e atuou como astrólogo e ensaísta.

Ele era considerado um dos principais influenciadores de movimentos da extrema direita no Brasil. Chamado de pai da Nova Direita, teve relações próximas com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos; o que lhe rendeu o apelido de “guru do bolsonarismo”.

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Vivendo nos Estados Unidos desde 2005, Olavo ampliou o alcance de seus pensamentos a partir da publicação de livros e de cursos que ministrava online. O pensamento conservador e anticomunista foram marcas de grande parte da sua atuação. No entanto, durante a juventude, entre os anos de 1966 e 1968, Carvalho foi ligado às pautas do antigo Partido Comunista Brasileiro num período de oposição e resistência à ditadura militar no Brasil.

Na década seguinte, o escritor mudou de lado. Apesar de ataques frequentes à imprensa nos últimos anos, Olavo passou a ser conhecido ainda na década de 1980 quando escrevia em jornais de grande circulação, como a Folha de S.Paulo e O Globo (RJ).

O escritor foi responsável pela autoria ou co-autoria de pelo menos 30 livros, um dos mais famosos e com ampla repercussão em setores mais à direita foi “O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota (2013)”. A obra apareceu na mesa do então recém-eleito presidente Jair Bolsonaro em sua primeira transmissão ao vivo feita após vencer as eleições de 2018.

Apesar de ser taxado de charlatão por cientistas e especialistas, obteve ampla repercussão em setores sociais mais conservadores; o que foi catapultado com a proximidade ao governo Bolsonaro. O escritor influenciou, inclusive na composição da gestão, que teve nomes indicados por ele em ministérios de primeiro escalão: Ernesto Araújo (Relações Exteriores); Vélez Rodríguez (Educação) e Abraham Weintraub (Educação) são alguns exemplos.

A influência era tamanha, que passou-se a dividir os membros do governo em alas, uma delas, a ideológica, passou a ser chamada de “olavista”. Os pensamentos do autor nortearam boa parte da gestão Bolsonaro, como a defesa da família tradicional e seus valores e a luta contra uma suposta “ameaça comunista” global.

Outras posições, como os questionamentos à emergência climática e à gravidade da pandemia, eram uma traço do alinhamento do guru com o bolsonarismo e seus adeptos. O escritor teria recebido o diagnóstico de Covid-19 há pouco mais de uma semana, segundo administradores de um grupo sobre Olavo. No entanto, na nota sobre a morte, a família do escritor não revelou a causa do óbito.

Com o tempo, a relação com o governo foi se desgastando, até chegar ao ponto máximo em dezembro do ano passado, quando Olavo acusou Bolsonaro de usá-lo como "garoto-propaganda" para se autopromover e ser eleito presidente.

"Então, a minha influência sobre o Bolsonaro é zero. Ele me usou como 'poster boy' (garoto-propaganda). Me usou para se promover, para se eleger. E, depois disso, não só esqueceu tudo o que dizia como até os meus amigos que estavam no governo, ele tirou", disse cerca de um mês antes da sua morte.

Há cerca de uma década, o escritor, que tinha inúmeros "discípulos" e milhões de seguidores nas redes sociais, oferecia aulas online pagas nas quais misturava filosofia e política.

Steve Bannon, a principal figura da "direita alternativa" dos Estados Unidos, chamou Olavo de Carvalho de "um dos maiores intelectuais vivos do mundo".

com informações da AFP

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