"Prefiro estar no centrão do que no esquerdão", diz Bolsonaro

Em entrevista gravada no dia 19/11, mas exibida nesta quinta-feira, o presidente, mais uma vez, justificou sua aliança à partidos de centro.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a justificar sua aliança com as legendas do centrão, em entrevista exibida nesta quinta-feira, 25, ao programa Agora com Lacombe, da RedeTV. “Prefiro estar no centrão do que no esquerdão, lá você não consegue nada de bom para o país", argumentou o mandatário, que deve se filiar ao PL no próximo dia 30.

"Alguns criticam ‘o cara tá com o centrão’, mas olha, são 513 deputados, quase 300 são do dito centrão. Se eu não conversar com eles, vou conversar com quem?", questionou, lembrando o histórico de siglas do bloco político às quais já foi filiado. "Já fui do PP, já fui do PTB. Não tem nada a ver. É um nome pejorativo que deram para esse aglomerado de partidos. Prefiro estar no centrão do que no esquerdão, lá você não consegue nada de bom para o seu país".

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Bolsonaro comentou sobre as negociações com o Congresso e negou que sua base na Casa tenha sido articulada através de troca de favores. De acordo com o mandatário, “a negociação não é fácil”, e sua relação com os congressistas acontece por meio de convencimento, mesmo com a liberação de emendas parlamentares.

Quando questionado a respeito da dificuldade do cargo de presidente, Bolsonaro reforçou que “apesar de 28 anos de Parlamento, uma vivência no Brasil, 15 anos no Exército, não esperava que fosse tão difícil assim”. Sobre as eleições de 2022, o mandatário declarou que, embora ainda não tenha decidido, as negociações com o PL estão quase definidas.

O presidente afirmou que as conversas com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, estão sendo “de altíssimo nível”. Conforme Bolsonaro, o cacique ganhou carta branca de diretórios estaduais que ainda tinham resistência quanto ao seu nome para, enfim, viabilizar sua filiação.

Um dos entraves que adiou a entrada do presidente no PL foi a exigência de Bolsonaro em decidir nomes para disputar candidaturas em redutos eleitorais importantes para o chefe do Executivo. Com as costuras políticas já acertadas entre Bolsonaro e o partido, o mandatário poderá indicar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com o apoio da legenda, para a candidatura ao governo de São Paulo. Bolsonaro elogiou Tarcísio e disse que está conversando com o indicado sobre essa possibilidade.

Eleições 2022

Mesmo sem confirmar sua disputa pela reeleição, Bolsonaro disse durante a entrevista que acredita que o Brasil “está polarizado” nesse aspecto, e não poupou críticas a seus prováveis adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz e ex-ministro, Sérgio Moro.

Ao ser questionado sobre a pré-candidatura de Moro, nome que vem sendo cogitado como alternativa para a chamada “terceira via”, o presidente ironizou o ex-aliado e disparou: "não há possibilidade de terceira via”. "Quero ver ele em cima de um caminhão falando para duas mil pessoas. Não consegue conversar com as pessoas", disse. “Eu não vou desejar boa sorte para ele porque eu sei que o Brasil não estará bem com ele”, pontuou.

Sobre Lula, o mandatário afirmou que "com o PT de volta, todo mundo vai perder”. “Não tem como fazer milagre na economia e vão voltar para aparelhar tudo no país, para nunca mais sair do poder". Para o presidente, sua maior preocupação é impedir um retorno da esquerda ao poder. “Porque se voltar será o fim de todos nós. Acabei de ver o Lula dizendo que vai fazer o controle das mídias sociais. [...] Se esse pessoal voltar agora será para valer”, argumentou.

Bolsonaro também afirmou que pretende participar de debates, caso opte por tentar a reeleição, mas pediu que não houvessem provocações e ataques a família e amigos. “Eu pretendo participar de debates, mas da minha parte, não vai ter guerra. Da minha parte não vai ter guerra. Tenho quatro anos de mandato para mostrar. Lula tem oito anos. Temos o que mostrar".

Defesa a bolsonaristas

O chefe do Executivo defendeu casos de apoiadores que têm enfrentado problemas judiciais, como aconteceu com o deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR), que teve seu mandato cassado por decisão do Supremo Tribunal Federal. O parlamentar divulgou vídeo disseminando notícias falsas contra urnas eletrônicas, nas eleições de 2018, mas de acordo com o mandatário, as fake news de Francischini são "verdade".

“Caçaram um deputado estadual de 400 mil votos do Paraná. Qual a causa? Faltavam 10 minutos para acabar as eleições de 2018, ele fez uma live. E é verdade o que ele falou, não foi nenhuma mentira. Nego ia votar e apertava o um e já aparecia o 13 lá. Várias pessoas me falaram isso na época”, explicou.

"O recado que dão: houve disparo em massa. Não temos prova, mas se tiver no ano que vem vamos cassar o registro e prender. Olha, ditadura no Brasil, enquanto eu for presidente, a gente não pode admitir isso aí", disse Bolsonaro.

O presidente também comentou a respeito do deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL). Silveira foi preso no início deste ano, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, por divulgar vídeo atacando ministros do Supremo. Segundo o ex-capitão, a prisão teria acontecido “injustamente”.

Outro nome defendido pelo mandatário foi o do blogueiro Allan dos Santos, que teve prisão preventiva decretada por Moraes, pelo inquérito que investiga uma suposta milícia digital que trabalha contra as instituições democráticas. “Eu não vi crime”, disse o presidente sobre o caso envolvendo o bolsonarista.

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