Veja a trajetória de Sérgio Moro até se filiar ao Podemos

O ex-juiz que ganhou projeção com a operação Lava Jato também passou pelo cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro e agora é cotado como presidenciável para 2022

O ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro foi titular da 13ª Vara Federal de Curitiba entre os anos de 2014 e 2018 e ganhou projeção nacional conforme a operação de combate à corrupção supracitada ia tomando forma. Posteriormente, Moro deixou a magistratura para integrar, brevemente, o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Durante sua atuação na Lava Jato, mais de cem pessoas foram condenadas por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes diversos. Doleiros, empresários e políticos como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-presidente Lula (PT) estavam nessa lista. Moro foi o responsável pela primeira sentença condenatória do petista, no caso do triplex do Guarujá, que posteriormente acarretou na prisão de Lula por cerca de 580 dias.

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A grande repercussão da Lava Jato fez com que Moro ganhasse projeção internacional. A revista Time chegou a colocá-lo na lista das cem pessoas mais influentes do mundo. No entanto, ele passou a ter as intenções questionadas fortemente ao divulgar o grampo telefônico de uma conversa entre a então presidente Dilma Rousseff (PT) e Lula, que assumiria a Casa Civil na época, num contexto de aumento da polarização nacional.

O tamanho do efeito Moro

Moro solicitou a exoneração do cargo de Juiz Federal para assumir uma vaga no governo Bolsonaro, onde chefiou o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Além do cargo, governistas eram entusiastas da intenção de indicar Moro a uma eventual vaga no Supremo Tribunal Federal (STF); função que caberia ao presidente Bolsonaro. Já no governo, a grande aposta de Moro foi o chamado Pacote Anti Crime que previa, dentre outras coisas, a possibilidade de prisão em segunda instância e o excludente de ilicitude.

O ex-juiz precisou lidar com uma crise de imagem, quando mensagens atribuídas a ele, no aplicativo de troca de mensagens Telegram, foram divulgadas pelo The Intercept Brasil, no caso que ficou conhecido como “Vaza Jato”; as mensagens acarretaram uma série de questionamentos sobre a imparcialidade de Moro enquanto juiz; Os desdobramentos do caso fizeram com que sentenças por ele atribuídas, inclusive no caso de Lula, fossem anuladas.

Para piorar, a relação com o presidente Bolsonaro azedou. O governo que antes prometeu carta branca a Moro gerou atritos com ele em episódios como a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central e questões envolvendo nomeações a cargos da Polícia Federal. Moro deixou o governo Bolsonaro em abril de 2020, após convocar uma coletiva onde acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal.

Após tornar-se ex-ministro, tendo abandonado o cargo de juiz e a estabilidade que a função garantia, Moro passou a trabalhar na iniciativa privada e passou um ano nos EUA. Ele começou a ser cotado como presidenciável em 2022 e passou a ser sondado por diversas legendas, tendo confirmado sua filiação ao Podemos nesta quarta-feira, 10 de novembro de 2021, partido pelo qual deverá ser o candidato a presidente.

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