Bismarck afirma que Auxílio Brasil é estratégia "eleitoreira" de Bolsonaro

Governo pretendia lançar nesta terça-feira, 19, o programa assistencial para substituir o Bolsa Família com valor de R$ 400 em 2022, ano em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, buscará a reeleição.

O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT-CE) afirmou, nesta terça-feira, 19, que as questões que envolvem a elaboração do programa assistencial Auxílio Brasil para substituir o Bolsa Família com valor de R$ 400 em 2022, fazem parte, unicamente, de uma estratégia eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No mesmo dia, o Ministério da Cidadania cancelou o evento de lançamento da iniciativa, que estava marcado para as 17 horas. Ainda não há uma nova data para o anúncio oficial do programa.

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Em entrevista ao programa Jogo Político, o pedetista afirmou que o chefe do Planalto, que deve tentar sua reeleição no próximo ano, age de forma "extremamente eleitoreira” na busca pela salvação de um mandato presidencial que encontra seus dias finais com uma série de crises.

“A gente chega a esse ponto sem que o governo apresente medidas, e ele tenta se socorrer no auxílio emergencial, na prorrogação do Bolsa Família, como o governo vem tentando colocar um novo nome. É sempre muito bom você colocar dinheiro na ponta e quem mais precisa ter recursos para sua própria subsistência. Mas eu vejo essa ação, nesse resto de mandado, que o presidente Bolsonaro tem como uma ação extremamente eleitoreira”, afirma Bismarck.

“Ele [Bolsonaro] coloca [o programa social] não porque que tem carinho com a população mais carente, pois ele demonstrou que não tem. Ele coloca agora como uma tábua de salvação do mandato dele, apostando num modelo que o presidente Lula fez anos atrás”, completa o deputado. O projeto econômico, segundo o pedetista, faz parte de uma estratégia efêmera para ganho de capital eleitoral.

O parlamentar lembrou do episódio em que, na capital cearense, pessoas foram flagradas esperando um caminhão de lixo para recolher os resíduos de um supermercado de Fortaleza. Ele se somou aos políticos de oposição que culpabilizam o mandatário pelo episódio. Nas imagens, cerca de oito pessoas aparecem revirando o veículo em busca de embalagens com restos de comidas.

Segundo Bismarck, isso ocorre devido uma conjunção de fatores que levaram o Brasil a uma das piores crises econômicas que já viveu. Ele defende que o grande agravante foi a má administração presidencial diante da crise sanitária da Covid-19.

“O real foi uma das moedas que mais se desvalorizou diante do dólar, e isso provocou vários fatores como por exemplo a elevação no preço da gasolina que tem consequência direta na nossa inflação. O governo tenta se salvar, mas deveria ser o grande responsável por dar uma solução. Foi eleito como um governo reformista, que ia apresentar uma série de soluções e nada fez”, disse.

Como agravante, o deputado lembrou do episódio no qual o deputado Eduardo Bolsonaro apareceu em sessão fotográfica, com a família, vestido de sheik árabe, em Dubai, numa foto postada nas redes sociais por sua esposa, Heloísa Bolsonaro.

“Ele ter publicado essa foto, aliado a essa nuvem de desconfiança que há sobre a origem dos recursos da família, e no momento em que estamos vivendo, onde imagens mostram pessoas carentes procurando comida no caminhão do lixo, fica um pouco descabido. Ele foi um pouco inapto ou apenas queria lucrar na internet como é de costume”, disse.

A falta de alinhamento entre o presidente e os gestores municipais e estaduais, segundo o deputado, revela a falta de capacidade do presidente de “propor soluções e trazer debates”, estando o mandatário mais disponível ao enfrentamento.

“Ele vai colocando problemas e apontando culpados daquilo que ele pensa contrariamente” disse. O pedetista avaliou que a estratégia atrapalha o pacto federativo e agrava ainda mais a crise econômica, principalmente no cenário de pandemia onde seria necessário uma união nacional.

“Se o lockdown tivesse sido feito com apoio do governo federal, de forma responsável e com suporte, em todos os ambientes, e a gente começasse a debates os formatos que fossem melhores, talvez a gente não tivesse passando pelo tamanho da crise. O cidadão vai saber fazer a avaliação dele. A culpa da fome agora não é do governador que fez o lockdown, é da má gestão da crise sanitária”, completou o parlamentar.

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