Conselheiro de Biden alertou Bolsonaro sobre interferência nas eleições

O conselheiro esteve ainda com o ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, militar que teria feito uma ameaça ao condicionar a realização das eleições de 2022 ao voto impresso

O conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, enviado do presidente Joe Biden ao Brasil, visitou o presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira, 5, e pediu para que ele não interfira ou prejudique as eleições de 2022. A informação foi divulgada neste domingo, 8, pelo portal de notícias norte-americano The Hill.

O recado, segundo o The Hill, foi revelado à Reuters por uma fonte que esteve presente na reunião. De acordo com a reportagem, o conselheiro relatou preocupação com as declarações de Bolsonaro acerca das urnas eletrônicas. Logo depois, ele alertou o presidente para que ele não pratique nenhuma atitude contra o pleito do ano que vem. 

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Sullivan esteve ainda com o ministro da Defesa, general Walter Braga Neto. Em julho, o militar teria enviado “um duro recado” ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ameaçado às eleições de 2022, caso o Congresso não aprove o voto impresso auditável em urnas eletrônicas. Além disso, o conselheiro dos EUA se reuniu com o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Como uma de suas bandeiras, Bolsonaro tem defendido a adoção do voto impresso para as eleições de 2022 e atacado o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Sem apresentar provas consistentes, o presidente alega a falta de credibilidade no sistema de voto eletrônico. 

No entanto, o mandatário tem sofrido consecutivas derrotas. Por 23 votos contra e apenas 11 favoráveis, a comissão especial da Câmara dos Deputados rejeitou parecer da PEC do voto impresso na noite dessa quinta-feira, 5.

A ofensiva do presidente ao sistema eleitoral fez com que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, cancelasse a reunião entre chefes dos Poderes. Na última quinta-feira, 5, o magistrado fez um longo discurso para anunciar a decisão e enfatizou as "reiteradas ofensas" de Bolsonaro.

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