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Justiça decreta a prisão preventiva de ex-deputado federal cearense

José Adail Carneiro Silva foi preso em flagrante por suposta prática de lavagem de dinheiro durante a Operação Km Livre da Polícia Federal e Controladoria Geral da União

O juiz Danilo Fontenele, da 11ª Vara Federal de Fortaleza, decretou nesta sexta feira, 20, a prisão preventiva do ex-deputado federal José Adail Carneiro Silva. Ontem, o ex-parlamentar havia sido preso em flagrante pela Polícia Federal por suposto crime de lavagem de dinheiro. Foi durante a Operação Km Livre, em atuação conjunta com a Controladoria Geral da União, deflagrada em Fortaleza, Russas, Caucaia e Rio de Janeiro.

A prisão preventiva de Adail Carneiro (ex-PSD) foi pedida à Justiça pelo delegado Carlos Joécio Duarte de Holanda, responsável pelo inquérito policial que investiga golpes na contratação de serviços de locação de veículos e motocicletas, com desvio de recursos públicos da Prefeitura de Fortaleza em gestões dos últimos 20 anos. E, também, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.

De acordo com a decisão judicial, a prisão de José Adail Carneiro Silva “foi efetuada em face da apreensão de grande quantidade de dinheiro - R$ 1.988.635,00 - na sede das empresas “La Brasil” / Locadora de Autos Brasil Eireli - ME e ABIM Administração e Incorporações de Bens Imóveis Ltda”, no Bairro de Fátima.

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Adail Carneiro, segundo documento enviado ao juiz Danilo Fontenele, é “sócio” das empresas que vinham sendo investigadas desde a primeira fase da Operação Km Livre, em 2016. Na época, policiais federais apreenderam R$ 5.943.363,70 em espécie na empresa Lauce Locadora de Autos Ceará Eireli – EPP.

De acordo com o relatório de busca e apreensão da Polícia Federal, o dinheiro recolhido na casa de Adail Carneiro foi descoberto em lugar “não usual” para se guardar grandes valores. “Um milhão setecentos e noventa e nove mil e novecentos reais foram encontrados dentro de uma caixa de TV (50" LG UHD TV4K)” numa “suíte privativa do imóvel do ex-deputado federal e estadual.

“Cento e oitenta e oito mil e setecentos e trinta e cinco reais estavam em um envelope de papel pardo assim discriminado: R$ 50.000,00 em notas de R$ 50,00; R$ 60.000,00 em notas de R$ 100,00; R$ 60.000,00 em notas de R$ 200,00; R$ 15.000,00 em um envelope com manuscrito ‘demanda extra15’ e; R$ 3.735,00 enrolados em uma liga”, descreve o documento da PF.

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A prisão preventiva de Adail Carneiro se deu principalmente, segundo a decisão do juiz Danilo Fontenele, por causa da “nova apreensão de grande quantia de dinheiro em espécie” na sede de uma empresa onde o ex-deputado federal figura como sócio. “De forma semelhante ao antes ocorrido (2016), corrobora a hipótese de se estar diante de reiteração delitiva, a indicar que a sua soltura colocaria em risco a ordem pública, ante o receio concreto de nova prática de crime”, escreveu o magistrado.

Para o juiz, “aparentemente, mesmo a efetivação da anterior medida judicial de busca e apreensão não teria levado ao flagrado ao encerramento das suas atividades tidas como delituosas, aparentemente ainda em continuidade e com elaborado esquema criminoso”.

Ao ser interrogado pelo delegado Carlos Joécio Duarte de Holanda, Adail Carneiro disse que “todo recurso em espécie encontrado durante a Operação KM Livre II, no escritório na Aguanambi, tem origem lícita”. E quando ele e “sua defesa tiverem acesso aos autos as informações serão prestadas”, afirmou Adail que está preso na sede da Polícia Federal, em Fortaleza. 

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