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Rejeitado por aliados do Governo, Feder diz que 'declina' do convite para o MEC

Olavistas, militares e evangélicos criticaram fortemente a indicação do paranaense Renato Feder. "Sigo com o projeto no Paraná", afirmou pelas redes sociais
15:51 | Jul. 05, 2020
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O secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, afirmou neste domingo, 5, por meio de rede social que 'declina' do convite recebido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Educação (MEC). Feder confirmou que recebeu uma ligação de Bolsonaro ainda na quinta-feira, 2. Olavistas, militares e evangélicos criticaram fortemente a indicação, de acordo com a Agência Estado.

"Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação", escreveu Feder. Ele ainda disse ter se sentido "muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná".

Essa é a segunda vez que Feder foi descartado para o comando do MEC. Ele chegou a encontrar o presidente no Planalto há cerca de 10 dias, antes de Bolsonaro escolher Carlos Alberto Decotelli, que por inconsistências no currículo não chegou a ser efetivado

Anteriormente, o presidente teria preterido Feder por sua proximidade com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rival político de Bolsonaro. O empresário doou R$ 120 mil à campanha do tucano para prefeito.

O secretário da Educação do Paraná foi o quarto nome cotado para a pasta em um ano e meio de gestão do governo Bolsonaro. O cargo segue vazio desde a exoneração de Abraham Weintraub.

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Segundo a colunista Ana Flor, do portal G1, Feder enfrentou resistência entre grupos ideológicos com influência no governo e que até a saída de Abraham Weintraub tinham controle do MEC. Além disso, lideranças evangélicas, inclusive no Congresso, também manifestaram receio de que ele não estaria alinhado com ideias conservadoras do grupo.

Conforme relato de assessores próximos do presidente, ele faz consultas acerca de outros nomes, mas insiste que o próximo ministro da Educação precisa estabelecer uma gestão técnica e ter uma relação harmoniosa com outros poderes, como o Congresso, onde as regras do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) precisam ser definidas até dezembro.

De perfil empreendedor e liberal, Feder é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi professor da Educação de Jovens e Adultos de matemática por dez anos e diretor de escola por oito anos.

No Paraná, seus contatos com empresários e terceiro setor fizeram com que fosse indicado ao governador Ratinho Junior (PSD) para o cargo de secretário da Educação, no ano passado.

Durante a pandemia, o Paraná é um dos que têm se destacado por ter criado rapidamente um sistema de educação a distância bem estruturado com aulas online.

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