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Bolsonaro diz que Brasil pode romper com a OMS

Seguindo o modelo de Trump, que hoje criticou a forma que o Brasil encarou a crise do coronavírus, o presidente da República disse que se OMS seguir "com viés ideológico", o País saíra dela
22:05 | Jun. 05, 2020
Autor Agência Brasil
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Tipo Notícia

O presidente da República Jair Bolsonaro fez críticas ao trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) na pandemia e disse que o governo pode deixar a organização, que atuaria, segundo ele, "com viés ideológico". No fim de maio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS, congelando repasses que o governo norte-americano faria à entidade.

"E adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS, e a gente estuda, no futuro, ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou vamos estar fora também. Não precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro", disse Bolsonaro a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, na noite desta sexta-feira, 5. O Brasil é visto internacionalmente como exemplo negativo de combate ao coronavírus. Aliado de Bolsonaro, Donald Trump criticou as decisões do país nesta sexta-feira

O presidente fez referência à controvérsia causada pelas pesquisas que a OMS conduzia sobre a hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. "Para que serve essa OMS? A OMS recomendou há poucos dias não prosseguir mais com os estudos sobre a hidroxicloroquina, e agora voltou atrás. É só tirar a grana deles que eles começam pensar de maneira diferente", disse Bolsonaro.

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A OMS retomou esta semana os estudos com o medicamento, após aplicar uma suspensão dos testes por 10 dias, depois da revisão de um estudo publicado pela revista médico-científica The Lancet.

A Organização Mundial da Saúde é uma agência internacional especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU). Sua sede é em Genebra, na Suíça. A OMS é composta por 194 Estados-Membros e dois membros associados. No caso do Brasil, para aderir à organização, o país ratificou internamente um tratado internacional de criação da agência. Uma eventual saída desse tratado teria que passar pelo Congresso Nacional.

Divulgação de balanço do coronavírus no Brasil

Durante a entrevista, o presidente Jair Bolsonaro também comentou a mudança de horário na divulgação do balanço das infecções e mortes por Covid-19, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Desde a última quarta-feira, 3, a pasta só envia os dados consolidados do dia por volta das 22 horas. Antes, esse balanço era enviado por volta das 19 horas.

"É para pegar os resultados mais consolidados e tem que divulgar os mortos do dia. Ontem, os mortos eram de dias anteriores. Se quiser, faz um consolidado para trás, mas tem que mostrar os mortos do dia", disse Bolsonaro, sobre a metodologia de divulgação adotada pelo Ministério da Saúde.

O presidente ainda ironizou a TV Globo, que teria sido afetada pela decisão do governo de esconder os dados sobre a pandemia que já matou mais de 30 mil brasileiros. "Acabou matéria no Jornal Nacional", disse. A partir desta sexta, entretanto, o canal resolveu fazer um "Plantão Globo" diário para atualizar os dados. 

Em comunicado à imprensa, o ministério informou que os números de casos de Covid-19 e de mortes causadas pela doença são repassados à pasta pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. O ministério acrescenta que analisa e consolida os dados e que em alguns casos "há necessidade de checagem junto aos gestores locais". "Desta forma, o Ministério da Saúde tem buscado ajustar a divulgação dos dados, que são publicados diariamente na plataforma covid.saude.gov.br", destaca o texto.

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