Rússia realiza maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra
Uma pessoa morreu e outras seis ficaram feridas durante maior ataque aéreo realizado pela Rússia contra a Ucrânia
Na madrugada deste domingo, 29, o aéreo russo realizou o maior ataque contra a Ucrânia desde 2022, início do conflito. Foram disparadas 537 armas aéreas no total, sendo 477 drones e 60 mísseis. Uma pessoa morreu e outras seis ficaram feridas.
Segundo o Exército ucraniano, as forças de Kiev conseguiram abater 211 drones. Outros 225 teriam sido perdidos, provavelmente devido à interferência eletrônica provocada pelos sistemas de defesa. Cerca de 40 mísseis foram interceptados.
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Regiões em toda a Ucrânia foram alvo, incluindo locais mais a oeste, isto é, distantes da linha de frente da guerra. Ao menos seis locais foram atingidos, e mais dois registraram quedas de destroços.
Além dos mortos e feridos, um caça americano F-16 foi abatido na ação. O piloto morreu, de acordo com a Força Aérea ucraniana. O ataque também causou um incêndio de grandes proporções em uma fábrica e quedas de energia.
Os novos ataques acontecem após a declaração do presidente russo, Vladimir Putin, de que Moscou está pronta para uma nova rodada de negociações de paz diretas em Istambul, feita na última sexta-feira, 20.
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A ação aérea de Vladimir Putin foi mais uma etapa da vingança contra o mega-ataque ucraniano contra a frota de bombardeiros estratégicos russos, ocorrido no começo do mês. Foram empregados 477 drones e 60 mísseis, ultrapassando o recorde de 499 registrado no último dia 9.
Rússia X Ucrânia: entenda o conflito
Moscou bombardeia a Ucrânia quase diariamente desde 24 de fevereiro de 2022, data que marcou o início da invasão em larga escala do país vizinho. Atualmente, as forças russas ocupam cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014, e partes das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
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O conflito, que tem raízes históricas e geopolíticas complexas, ganhou nova intensidade em 2022. Embora a anexação da Crimeia em 2014 e o apoio russo a separatistas no leste da Ucrânia já tivessem gerado tensões, o estopim para a invasão em grande escala foi a crescente aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A Rússia considera essa expansão da OTAN para o leste como uma ameaça direta à sua segurança, alegando que a aliança estaria cercando suas fronteiras. Desde o início dos ataques ofensivos, a busca por uma solução diplomática ou um cessar-fogo tem se mostrado extremamente desafiadora.
As posições de ambos os lados permanecem distantes, com a Ucrânia exigindo a retirada completa das tropas russas de seu território e a Rússia buscando garantias de segurança e o reconhecimento de suas anexações.
Essa intransigência torna o fim da guerra uma verdadeira incógnita, seguindo com consequências devastadoras para a população civil e um impacto significativo na estabilidade global.