Campanha do governo da Espanha sobre diversidade de corpos remove perna protética de modelo
A modelo britânica Sian Green-Lord perdeu a perna depois de um acidente envolvendo um táxi no ano de 2013
A modelo britânica Sian Green-Lord, de 33 anos, viu sua privacidade ser violada após campanha publicitária do governo espanhol sobre diversidade de corpos utilizar sua imagem e de outras mulheres, sem autorização prévia, para ilustrar uma ação de marketing.
A jovem, que utiliza uma prótese após perder a perna em acidente, tomou conhecimento da campanha na última sexta-feira, dias depois que a peça publicitária começou a ser promovida pelo Ministério da Igualdade espanhol nas redes sociais.
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AssineSian reparou que, além da violação de imagem, a campanha havia removido sua prótese da imagem.
A foto da campanha traz um desenho de cinco mulheres aproveitando um dia na praia. Na imagem, há uma mensagem escrita: “O verão também é nosso”. No entanto, a publicidade não respeitou as particularidades do corpo de Sian.
A modelo usou seu perfil no Instagram para demonstrar seu descontentamento com o ocorrido. A jovem escreveu que, com a alteração, a fotografia não representa mais um bom momento com os amigos, e sim algo "extremamente triste".
“Desde que descobri o que aconteceu o que foi feito com minha imagem, minha confiança tem estado em baixa e minha ansiedade em pico [...] Minha perna não é nada para se envergonhar, é resultado de força, resiliência e independência”, escreveu em seu perfil no Instagram.
A modelo perdeu sua perna esquerda depois de ser atingida por um táxi no ano de 2013. Desde então, a jovem vem buscando meios de visibilizar a discussão sobre acessibilidade e preconceito no trabalho e na internet.
A artista responsável pela pintura, que assina nas redes sociais como Arte Mapache, se manifestou por meio das redes sociais para pedir desculpas a Sian e às outras mulheres presentes na foto, além de afirmar que dividirá igualmente entre as mulheres retratadas o valor de 5 mil euros que teria recebido pela campanha
Outra das mulheres retratadas na imagem, Marta Merozanlosmuslos conta que está triste que uma campanha que poderia contribuir para promover a diversidade tenha resultado em algo ruim.
“Sinto raiva de como é a profissão e porque isso foi feito por uma mulher, uma mulher que supostamente lutou pelos direitos das mulheres. Sem palavras”, escreveu em seu perfil no Instagram.