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Biólogo explica comportamento de animais de vídeo que mostra luta entre cachorros e serpente

Nas imagens é possível ver a luta de pouco mais de dois minutos entre dois cães e o réptil. A serpente e um dos cachorros morreu, outro ficou cego
16:43 | Jul. 25, 2019
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Um vídeo que repercutiu nas redes sociais no início desta semana mostra um duro enfrentamento entre dois cachorros e uma serpente. O caso ocorreu nas Filipinas e foi matéria do blog ID na terça-feira, 23. Na ocasião, depreendeu-se que o comportamento dos dois cães, Moxie e Miley, era um instinto de conservação de seu território que, por consequência, acabou protegendo a pequena Skye, filha de 1 ano dos donos da casa.

Nas imagens é possível ver a luta de pouco mais de dois minutos, mas não a menina, que estava dentro de casa. Em decorrência da batalha, a serpente, numa tentativa de fuga, quase chega à janela do quarto da menina, mas é novamente atacada pelos cães. Ao fim, a serpente acabou morta, assim como Miley, de quatro anos. Já Moxie ficou cego por causa do veneno.

Após a publicação da matéria e a repercussão do caso, o biólogo Gabriel Aguiar fez publicações, citando O POVO Online, sobre a conclusão equivocada do senso comum de que a serpente queria atacar a criança. Então, o biólogo foi procurado para explicar o comportamento dos animais.

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“As serpentes jamais vão atrás de humanos. Essa serpente morreu sem saber que havia uma criança na casa”, explica. O especialista indica que esse tipo de serpente acaba impactada pelo desmatamento, ocupação por espécies exóticas, agricultura, entre outros; portanto, acabam por incidir em áreas urbanas e ambientes fechados.

“Muito provavelmente essa serpente estava se abrigando de chuvas ou buscando alimentos como ratos”, elenca Gabriel. “Se a cobra está em um local e vê um ser humano, a primeira reação da cobra é fugir. A segunda é ficar em estado de defesa, em forma de S. A terceira é bufar, fazer aquele som com a boca. A quarta é dar um bote só no ar, para assustar. Só em último caso é que ataca. O veneno é muito custoso para o animal, não vai gastar com algo que não vai comer”, detalha.

Cães e gatos são caçadores

Os cachorros têm um hábito natural de caça e, ao identificarem o animal do vídeo, partiram para o ataque instintivamente. É um comportamento comum em cachorros e gatos, animais domésticos considerados espécies exóticas, ou seja, que não pertencem ao habitat em que foram criados.

Conforme dados publicados no site Nature Communications, gatos, por exemplo, estão entre as principais ameaças à vida selvagem no mundo. Somente nos Estados Unidos, os felinos chegam a matar mais de 1 bilhão de animais por ano, entre aves, esquilos e camundongos. Por outro lado, serpentes são uma espécie de controle de pragas como ratos e sapos, que transmitem doenças a humanos.

“Nosso comportamento é cultural. A serpente sofre muito preconceito. Das 200 espécies de serpentes do Ceará, só quatro são venenosas. Em Fortaleza, só a coral tem veneno. E apesar de o veneno ser o mais potencial no Estado, só é responsável por 0,5% dos acidentes ofídicos no Ceará”, explica Gabriel Aguiar.

Em caso de encontrar uma serpente em casa ou outro ambiente fechado, o comportamento recomendado é não interagir, ligar para as autoridades pelo número 190 e não tirar os olhos do animal.

O tema já foi assunto do jornal O POVO, que abordou os ataques ofídicos no Ceará no mês de julho, época do ano em que o número de casos costuma ser maior.

Já para animais domésticos, o recomendado é sempre mantê-los no perímetro da propriedade, em segurança, já que no contato com a fauna local, de modo geral, os animais silvestres vão ser os maiores prejudicados.

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