Usuários esperam horas para receber medicamento em policlínica

Usuários esperam horas para receber medicamento em policlínica de Fortaleza

Pacientes relatam passar até oito horas nas filas para receber medicamentos na Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso. Secretaria da Saúde reconhece problema e aponta abertura aos sábados e informatização de serviços como soluções

Na Policlínica Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso, em Fortaleza, pacientes denunciam ficar até oito horas em fiilas à espera de medicamentos.

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Popularmente conhecido como Policlínica do Siqueira, o local é responsável pela distribuição de medicamentos de alto custo e especializados, enviados “sob encomenda", diretamente do Ministério da Saúde (MS) para pacientes previamente cadastrados.

Entre estes está Demontier Monteiro, 39, que recebe medicamentos para o filho portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O segurança conta que já tinha ido à Policlínica duas vezes, mas que devido às grandes filas, não dava tempo de receber o remédio.

“Essa é a terceria vez que eu venho. Nas outras vezes não dava tempo de receber, porque eu chegava entre 7h30min e oito horas, dava 11 horas, eu tinha que ir buscar os meninos no colégio e não tinha recebido ainda. Hoje estou recebendo porque cheguei mais cedo. É complicado para quem tem que buscar filho na escola, eu tenho que trabalhar, buscar minha esposa no trabalho também…”, conta.

Confira imagens da fila na policlínica:

Antônia Silvanete, 57, há quatro meses recebe medicamentos para a neta que tem TEA de nível 2.

Conforme a dona de casa, a solução é realmente chegar o mais cedo possível no local.

“Meu irmão veio me deixar às 4h30 da manhã. Eu tenho que voltar cedo porque tem a criança, né? As últimas duas vezes eu vim de madrugada. Na primeira eu cheguei 10 horas e saí às seis da noite”, afirma Antônia.

O problema se torna ainda mais grave quando a pessoa fica dias, ou até meses seguidos sem receber o medicamento, muitas vezes essencial para a qualidade de vida. Esse é o caso do pai de Larissa (nome fictício), que há quatro anos retira medicamentos para mal de Parkinson na Dr. José Eloy.

A filha conta que no começo do ano chegou a comprar o remédio, que custa em média R$ 300 cada caixa, para evitar que o pai tivesse dificuldades maiores como a incapacidade de caminhar médias distâncias ou praticar atividades físicas.

“Ele toma os remédios para ter autonomia no dia a dia, e se fica sem, piora automaticamente. A gente teve que fazer um sacrifício durante esses meses porque são muito caros. Na primeira vez que precisamos comprar, a gente nem conseguiu comprar tudo o que precisava e ele teve que diminuir a dosagem. Acarreta problemas motores como queda, não conseguir andar direito…”, afirma Larissa.

SMS aponta aberturas aos sábados e informatização de serviços como mitigadores do problema

Procurada pelo O POVO, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza afirmou ter ciência das longas filas existentes na policlínica e afirma trabalhar com medidas a curto e médio prazo para mitigar o problema.

De imediato, a pasta sinaliza ajustes de fluxos internosa abertura das unidades aos sábados, como ocorrido nos dias 25 de outubro e 1° deste mês. Em ambas as ocasiões, as quatro policlínicas da Cidade ficaram abertas de 7h às 12h para a entrega de medicamentos de alto custo.

"Como estamos falando de uma Capital, com uma entrega robusta de medicamentos, estamos em meio às correções necessárias. Fizemos um plano de ação à curto e médio-longo prazo. Existem correções que a gente vai fazer conforme a gente for implementando o sistema", afirma a secretária adjunta da SMS, Aline Gouveia.

Olhando mais à frente, a Prefeitura estuda informatizar a entrega dos documentos necessários para a obtenção dos remédios. O serviço hoje é realizado nos guichês das policlínicas e passaria a ser ofertado de forma online.

A medida ainda não tem prazo para entrar em prática e passa por análise se terá um sistema próprio ou se os envios serão pelo aplicativo Mais Saúde Fortaleza.

"Essa documentação é necessária para que a gente emita ao Ministério da Saúde e a medicação venha. Ela não vem para estoque, vem especificamente para aquele paciente, na quantidade e dosagem prescrita. A gente está informatizando a parte da entrega da documentação e vamos também prosseguir com uma descentralização dessa entrega", pontua Gouveia.

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