Membros do CV serão julgados por morte de turista que entrou em comunidade por engano em Fortaleza
Vítimas eram empresários e teriam perdido o acesso do gps que levavam em direção a um hotel na região, mas acabaram dentro da região do Oitão Preto
18:49 | Out. 13, 2025
Três membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV) serão levados para julgamento no Tribunal do Júri acusados de matar a tiros um turista do Piauí e a tentativa de homicídio contra outras duas pessoas na mesma ação criminosa em agosto do ano passado.
O caso aconteceu na comunidade do Oitão Preto, no bairro Moura Brasil, em Fortaleza, após as vítimas entrarem por engano na região.
A decisão 2ª Vara do Júri de Fortaleza pronunciou os acusados Raphael Feitosa Paiva, vulgo Raphael Café, Francisco Kauã Lobato da Silva, vulgo Cachorrinho e Igor Victor da Silva Fernandes, vulgo Igor Café, na terça-feira, 7.
Os réus teriam atirado após o carro em que as vítimas estavam não obedecer ordem de parada e ultrapassar uma ‘barricada’ na região.
As vítimas foram identificadas como empresários, sendo que Aldete Rogério Saldanha foi a óbito no local após ser alvejado pelos suspeitos e João Paulo Henrique de Freitas e Antônio Damilton Rodrigues da Silva, sobreviveram após fugirem do local.
Conforme denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra os acusados, a região onde o crime aconteceu seria uma boca de fumo sob domínio do CV. As vítimas iriam participar de um evento no ramo de auto-peças que aconteceria na Capital.
“As vítimas eram turistas e vieram para Fortaleza para fazer negócios”, consta trecho da denúncia do órgão. Na Capital, as vítimas estavam seguindo o GPS para chegar em um hotel da região. No entanto, o condutor do carro perdeu o acesso a ferramenta que os guiava e adentrou a comunidade.
Leia Mais | Prefeitura de Icó é acusada de ter contratos milionários com preso por chefiar facção
De acordo com as investigações, os turistas se depararam com pessoas usando droga na entrada da comunidade e que eles começaram a atirar pedras contra o carro com intuito de avisar para que eles não entrassem mais na comunidade. “Eles continuaram, que mais na frente começaram os disparos”, disse trecho da decisão.
Na decisão, os suspeitos devem ser julgados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
Além de duas tentativas de homicídio qualificado, roubo, corrupção de menores e por integrar organização criminosa. O julgamento ainda não tem data marcada.