Chilena é atendida pelo SUS após passar mal em voo desviado de urgência para Fortaleza
O quadro grave de diabetes tipo 1 fez com que Daniela Paz Caro Galvez usufruísse dos serviços médicos gratuitos do Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv) durante os seis dias de internação. A estrangeira passa bem
12:09 | Jul. 25, 2025
O Aeroporto Internacional de Fortaleza recebeu um pouso de emergência de voo que fazia a rota Madri(Espanha)-Santiago(Chile). A aeronave foi desviada de seu trajeto depois que a chilena Daniela Paz Caro Galvez, 36, passou mal. A mulher teve um pico glicêmico por ter diabetes tipo 1.
Em solo, ela foi socorrida por uma equipe médica, dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e teve o atendimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O caso aconteceu no último dia 9 de julho.
Do aeroporto, a chilena foi levada para o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), depois transferida, no dia seguinte, para o Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv). Ambas as unidades pertencem à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
"Não imaginava que seria atendida tão rapidamente e com tanto cuidado. Estou muito grata por todo o acolhimento que recebi", agradeceu. A paciente permaneceu internada por seis dias no Helv, recebendo alta no último dia 16. Em seguida, retornou ao Chile, onde deve seguir o tratamento.
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Ela contou ter sentido dores no estômago, vômito e teve dificuldades para respirar. "Eu não aguentava mais. Administraram toda a solução salina disponível, mas eu não melhorava. Minha glicemia estava em 450 (mg/dL)”, relembra.
Isso ocorre quando a glicose no sangue está muito alta. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, a taxa considerada aceitável pode variar entre 99 (em jejum) e 140 mg/dL.
A medida para o quadro é acima de 140, informou o Helv. Segundo a chilena, o mal-estar foi provocado pela falta de insulina durante a viagem. A recomendação para o pouso de emergência teria partido de um médico passageiro do voo.
Durante o atendimento, também receberam assistência integral, por meio do SUS, o marido Hernandes Galvez e a filha do casal, 7. De acordo com a Unidade, houve contribuição ao bem-estar emocional dela ao permitir as visitas familiares. "Senti que não estava sozinha, mesmo estando longe do meu País”, relatou Daniela.
Segundo nota ao O POVO enviada pela Sesa, esse atendimento vai além do cuidado clínico, buscando garantir o acolhimento emocional e o envolvimento da família no processo.
A pasta esclarece que envolve a atuação da equipe assistencial, médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde, para tratar as questões físicas da paciente. "Mas também inclui o suporte emocional, social e funcional, com a participação de psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, quando necessário", acrescenta.
Como estrangeiros podem acessar o SUS?
A coordenadora da clínica médica do Hospital Leonardo da Vinci, Renata Leitão, médica responsável pela equipe que atendeu Daniela, define que "a essência do SUS é acolher e cuidar de todos, sem distinção". Por isso o serviço também é prestado a estrangeiros.
Conforme a Sesa, eles podem acessar o SUS comparecendo a qualquer unidade de saúde pública com "porta aberta", ou seja, posto de saúde, emergência ou transferência regulada.
"Nosso compromisso é garantir que todos, independentemente da nacionalidade, tenham acesso a um atendimento humanizado e integral", pontua Danielle Cláudio de Brito, coordenadora do serviço social do Helv.