Abrigo em parada de ônibus na 13 de Maio é retirado para construção de estabelecimento privado

Sem a estrutura, usuários de transporte coletivo enfrentam dificuldades para se proteger do clima. Etufor informou que abrigo foi retirado provisoriamente

Os abrigos nas paradas de ônibus estão espalhados por toda Cidade e garantem uma maior segurança na espera pela condução. Em um trecho da av. 13 de Maio, em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Fortaleza, alguns usuários de transporte público relataram que a estrutura foi retirada após a construção do estacionamento de um drive-thru.

Para os passageiros, a retirada da estrutura é prejudicial pois enquanto esperam pelo transporte público, não há onde se proteger do sol ou da chuva. Neste mês, a Capital recebeu em um dia o maior volume de chuvas no mês de dezembro em dez anos.

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Passageiros reclamam da falta de estrutura para se abrigar enquanto esperam transporte público

A usuária de transporte público Sabrina Viana, 23, relata que no local havia a estrutura e outros estabelecimentos que forneciam abrigo: “Antes a gente conseguia se abrigar quando tinha sol ou chuva”.

“Depois destruíram tudo e, se não me engano, tiraram [a estrutura] assim que começaram a demolição. O ruim é que agora estamos em período de chuvas e a gente não vai ter mais onde se abrigar. Só vai ter o Burger King. A gente não pode entrar pra ficar só lá dentro e depois correr para pegar o ônibus”, finaliza.

A aposentada Vilmacy Rodrigues Barros, 65, relata que frequenta a parada de ônibus há anos e que achou as mudanças “horríveis”.

“Nessa época de chuva, como é que você vai se abrigar sem ter mais [o abrigo]? Acho que deram preferência a esse estabelecimento de hamburger — se referindo ao Burger King — e deixaram a gente sem ter um canto reservado para ficar. Eu acho que deveria voltar”.

A estudante do IFCE Estela Menezes, 16, relata que, com a estrutura ainda presente no local, era possível se abrigar em época de chuva. “É ruim porque nem todo mundo traz guarda-chuva ou tem condições de comprar um e tá bem complicado”.

A estudante completa: “Antes não era muito boa [a estrutura], mas tinha alguma coisa. Estávamos até pensando que eles iriam colocar o abrigo mais para a frente, mas não botaram. Achamos que fosse ser parecido com aquele que tem na praça da Gentilândia, mas não botaram de jeito nenhum. Infelizmente não temos o que fazer, quem decide são eles”.

"Tiraram o resquício de humanidade pra gente que pega ônibus"

A consultora de vendas Ana Luiza Figueiredo, 27, relata que a ideia da abertura do drive-thru “seria ótimo” por ser em frente ao IFCE, mas que pela retirada da estrutura acabou prejudicando quem pega ônibus no local.

“Eles simplesmente tiraram o último resquício de humanidade pra gente que pega ônibus. É muito complicado porque às vezes a gente passa horas esperando o ônibus, que vem lotado. Nós passamos o dobro de tempo na parada de ônibus. Não temos o mínimo de conforto”.

A consultora continua: “Foi legal pela questão da iluminação no local, mas na minha opinião não teria o porquê retirar uma coisa pela outra. Acho que eles poderiam ter unido, feito algum projeto e anexar [o abrigo], igual como no outro lado [da avenida]. Nessa época de chuvas é pior ainda, porque não tem nem para onde correr”.

Etufor diz que retirada é temporária

De acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), o abrigo foi retirado provisoriamente durante a obra do empreendimento.

"Após a avaliação realizada pelos técnicos da Etufor, foi verificada a possibilidade de instalação de novo abrigo, de menor porte, no ponto próximo na av. Treze de Maio. A ordem de serviço já foi enviada para a empresa responsável pela execução do serviço, que priorizará o atendimento", diz a nota.

Segundo a Etufor, para que o abrigo seja instalado, é necessário que a calçada atenda às condições técnicas definidas nas normativas, tais como largura mínima, para que não atrapalhe o passeio, ou seja, para que haja espaço suficiente para os pedestres e para o equipamento.

A Etufor não informou prazo para a conclusão da obra.

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