HGF comemora marca de 3 mil transplantes de rins realizados

Hospital realiza operações há mais de 40 anos. Marca é alcançada, enquanto Ceará busca recuperação dos números pré-pandemia

O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), unidade referência em doação de órgãos no Estado, realizou o seu transplante de rim número 3 mil durante o mês de julho deste ano. A marca foi celebrada durante esta sexta-feira, 25, em solenidade que reuniu representantes do Hospital, da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), entre outras entidades da área, para comemorar o quantitativo atingido.

A atuação do HGF no transplante de rins já é de longa data, com início no ano de 1983, em procedimento liderado pelos cirurgiões João Evangelista Bezerra Filho e Romero de Matos Esmeraldo. Durante esses mais de 40 anos, o Hospital se tornou um dos principais centros de cirurgia do tipo no Ceará, com impacto em milhares de famílias beneficiadas com as doações de órgãos.

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Entre os mais de 3 mil transplantados renais feitos pelo Hospital, está Aroldo Barbosa, 60, cearense natural de Juazeiro do Norte, no Cariri, que recebeu um rim há 25 anos. À época, com um problema de hipertensão, o paciente descobriu um inchaço no corpo, que lhe dificultava até as atividades mais simples, como o caminhar.

A doença gerou meses de dores e processos contínuos de hemodiálise enfrentados por Aroldo, que só cessaram quando, após um ano e quatro meses de espera, ele recebeu a notícia de que havia sido encontrado um órgão compatível para a doação, o do próprio irmão.

“Mudou a vida como um todo. Você sair de uma máquina de hemodiálise, que quando você chega ali pensa que é o fim, que a vida vai parar por ali… Graças a Deus fiz o transplante e a qualidade de vida [hoje] é perfeita”, conta o transplantado.

Para o chefe do serviço de transplantes do HGF, Ronaldo Esmeraldo, a meta alcançada é motivo de orgulho para o Hospital, e o coloca entre os mais importantes centros do País.

“É uma marca muito importante e muito significativa para todos nós, primeiramente pelo volume. Poucos centros no Brasil têm. Só quatro centros possuem essa marca de ter atingido 3 mil transplantes renais. Isso envolve também a importância do programa de transplantes no Brasil, é uma demonstração de força e o Ceará tem sempre demonstrado força”, comenta o gestor.

Ceará apresenta crescimento no número de transplantes

A marca atingida pelo HGF chega em um momento em que o Ceará tem registrado constantes crescimentos no número de transplantes de rim. Entre 2020 e 2023, o Estado saltou de 177 para 203 transplantes de rins realizados anualmente - número que o colocou entre as dez unidades federativas que mais realizam operações do tipo no Brasil.

Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes, levantamento promovido pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Para a coordenadora da Central de Transplantes do Estado do Ceará, Eliana Régia, o aumento no número de transplantes é resultado de trabalhos realizados em campo nos hospitais, para identificar possíveis doadores.

“Os transplantes só ocorrem se nós tivermos os doadores de órgãos. A gente faz um trabalho através das nossas comissões intra-hospitalares de órgãos, principalmente na identificação desses potenciais doadores. É um treinamento contínuo dessas equipes que estão dentro dos principais hospitais do Estado e que fazem essa busca desse potencial doador”, explica Eliana.

Mesmo com o aumento, ainda há um número significativo de pessoas à espera de transplantes no Estado. De acordo com dados da Central de Transplantes da Sesa, 1.751 pessoas aguardam por um órgão atualmente no Estado, dentre os quais 1.373 estão na fila por um rim.

Apesar dos aumentos recentes, o Ceará ainda segue abaixo dos níveis registrados pré-pandemia do novo coronavírus. A título de exemplo, no último ano antes da pandemia, 2019, foram realizados 293 transplantes de rim no Estado, número 44% maior que os 203 apresentados em 2023.

Com 106 transplantes de rins realizados no primeiro semestre desde ano, a expectativa da Sesa é de superar os números de 2023, e se aproximar cada vez mais dos índices anteriores à Covid-19.

Esse feito já foi alcançado, por exemplo, nos transplantes de córnea, que atingiram a marca de 1.100 cirurgias realizadas, quantitativo acima dos 899 anotados em 2019. No primeiro semestre deste ano, 633 operações do órgão foram realizadas.

Sesa reforça segurança do Sistema Nacional de Transplantes

Outro ponto destacado durante o evento foi a segurança do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em meio a polêmicas com infecção de pacientes transplantados do Rio de Janeiro, as entidades presentes buscaram reforçar as garantias prestadas pelo SNT aos pacientes atendidos.

“Aqui no nosso estado temos protocolos bem estabelecidos e treinamentos contínuos de todos os profissionais envolvidos nesse processo para que ele ocorra de maneira segura, como ocorre. Aqui no Estado quem realiza os nossos exames é o Hemoce, com laboratório certificado e segurança total nos nossos procedimentos”.

 

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