Fortaleza registra mais de 20 casos da infecção bicho-de-pé no primeiro semestre de 2024

Infecção causa dor e coceira no pé. Atendimento às pessoas com sintomas de bicho-de-pé pode ser buscado na atenção básica

De janeiro a junho deste ano, foram registrados 24 atendimentos a pessoas com sintomas de tungíase, conhecida popularmente como bicho-de-pé, nos postos de saúde de Fortaleza. O levantamento é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Conforme a pasta, no mesmo período do ano passado, foram contabilizados 43 casos desse tipo, uma média de 8,6 casos por dia.

Bicho-de-pé: entenda o que é a infecção, quais os sintomas e como tratar

Faltam dados acerca da quantidade de casos registrados em todo o Estado do Ceará, isso porque as unidades da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) são secundárias e terciárias, atendem alta complexidade.

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Outro fator que contribui para a ausência do quantitativo a nível estadual é o fato de o tratamento da doença ser feito, muitas vezes, em casa. O atendimento às pessoas com sintomas de bicho-de-pé pode ser buscado na atenção básica.

O método de retirar o bicho-de-pé em casa não é recomendado, visto que a infecção pode se agravar devido à falta de conhecimento técnico e má esterilização da agulha.

“Os indivíduos correm o risco de desenvolver uma reação inflamatória e até tétano. Do mesmo jeito os animais, que são parasitários, muita coceira e muita ardência, principalmente nas patinhas dos bois, vacas e porcos. Isso também pode resultar na amputação do membro, em casos mais graves”, explica a dermatologista Genucia Matos.

A tungíase foi incluída entre as Doenças cutâneas Tropicais Negligenciadas no roteiro das DTNs 2021-2030, lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2020. O documento foi elaborado pela OMS com o objetivo de prevenir, controlar e eliminar 20 doenças e grupos de doenças inseridas nesse nicho.

As enfermidades são “negligenciadas” por estarem quase ausentes da agenda global de saúde, por receberem pouco investimento e por estarem associadas ao estigma e à exclusão social.

As DTNs ameaçam mais de 1,7 bilhão de pessoas, em especial as que residem nas comunidades mais pobres e marginalizadas do mundo e estão inseridas na categoria as doenças causadas por uma variedade de patógenos, incluindo vírus, bactérias, parasitas, fungos e toxinas.

Tungíase, hanseníase, dengue, leishmaniose, esquistossomose, raiva humana transmitida por cães, escabiose (sarna), doença de Chagas, parasitoses intestinais são algumas das mais de 20 patologias presentes na lista. Juntas, causam entre 500 mil e 1 milhão de óbitos anualmente.

De acordo com a dermatologista Genucia Matos, a tungíase, assim como as demais DNTs podem ser prevenidas por meio da educação sanitária, distribuição de saneamento básico e moradias.

“Os programas de prevenção e controle, durante o vírus da Covid-19, obtiveram um grande avanço, a meta do Governo e do Ministério da Saúde é chegar até 2030 com programas inovadores, sustentáveis, que possam garantir, se não extinção, pelo menos um melhora na qualidade de vida desses indivíduos”, explica. (Colaborou: Odara Creston/Especial para O POVO)

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