Terminal do Siqueira recebe ação sobre direitos de pessoas autistas

Campanha teve orientações sobre os diferentes tipos de cartões e cordões que auxiliam a identificar deficiências que não podem ser percevidas visualmente, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Profissionais e usuários do Terminal do Siqueira, localizado no bairro Vila Peri, em Fortaleza, participaram de uma campanha de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), na manhã desta segunda-feira, 8. Durante a ação, o público teve acesso a cards informativos sobre as diferentes formas de identificação e direitos de pessoas com TEA nos coletivos.

Realizada pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), a mobilização incia-se neste mês de abril, dedicado à conscientização sobre o TEA, e será continuada por todo o ano de 2024 em outros terminais.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

As abordagens foram feitas por profissionais da Etufor, acompanhados por pessoas trajadas de figuras receptivas às crianças, como a Mônica, de Maurício de Souza, e palhaços.

Os personagens chamaram a atenção da garotada, principalmente do pequeno Levi Ferreira, 7, que até saiu da plataforma onde estava para cumprimentar um dos palhaços que participavam do movimento.

Cheios de cor, “sapato, roupa, cabelo e guarda-chuva” foram alguns dos adereços que saltaram aos olhos de Levi.

Para o supervisor de operações de tráfego do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindionibus), Emanoel Carvalho, iniciativas como essa ajudam a aproximar o público com TEA dos profissionais, além de tornar o ambiente mais acolhedor.

“Nós sabemos esse resultado no dia a dia, quando uma ou outra criança acaba ficando mais próxima da gente, quando enxerga e abraça. ‘Tio, eu estou aqui, me coloca’, ou uma mãe que acaba querendo nos presentear em forma de agradecimento”, relata.

Ações buscam combater casos de preconceito nos coletivos

Apesar de campanhas de conscientização e uma maior divulgação de informações sobre o tema, usuários ainda relatam casos de preconceito dentro dos coletivos. Francisca Maria, 31, afirma que apesar de toda identificação usada pela filha, Maria Rauana, 2 anos, algumas pessoas ainda desconsideram os direitos assegurados por lei, como a prioridade em filas e assentos preferenciais dentro dos veículos.

“Aqui eles dizem uma coisa e quando a gente entra nos ônibus é outra. As pessoas que têm autismo são muito discriminadas, as crianças são muito discriminadas. A gente sobe em um ônibus, e o pessoal não quer dar a cadeira para a gente sentar com a criança, finge que está dormindo”, conta a mãe.

Em casos de desrespeito aos direitos assegurados em coletivos e terminais, a recomendação é que os passageiros prejudicados procurem os responsáveis pelo acolhimento desses casos nas unidades bem como a ouvidoria da Etufor.

Além da resposta, a prevenção a casos de preconceito também é um ponto que tem sido reforçado na capacitação dos operadores e demais profissionais que atuam dentro dos terminais de ônibus.

“Existe a reciclagem. A gente trata em relação à abordagem, treinamento diário do pessoal da operação. Todos os terminais possuem os encarregados que podem auxiliar também em relação às filas, em relação aos embarques, aos próprios desembarques, para que seja respeitado o direito dos autistas”, pontua o gerente dos terminais urbanos de Fortaleza, Emerson Oliveira.

Quais são as formas de identificação dentro dos terminais

Quem usa os terminais já deve ter se perguntado quais as diferenças entre as formas de identificação nos coletivos, seja por meio dos cordões ou das arteirinhas. Os cartões mais comuns ao redor da Cidade são a gratuidade e o bilhete único para Pessoa Com Mobilidade Reduzida, além da Carteira de Identificação para Pessoas Autistas (Ciptea).

Segundo dados da Etufor, 43.486 cartões de gratuidade estão ativos em Fortaleza, sendo 34.467 com acompanhante e 9.019 individuaos, além de 666 Bilhetes Únicos para Pessoa com Mobilidade Reduzida.

Já as Cipteas, lançadas ano passado pela Prefeitura da Capital, podem atingir a marca de cinco mil cadastros até o fim deste mês de abril, quando ocorre um mutirão para entrega de dois mil novos exemplares.

Como solicitar os cartões

Bilhete único para pessoa com mobilidade reduzida

Para ter acesso ao bilhete, a pessoa com mobilidade reduzida não aparente deverá comprovar a dificuldade de passar pela catraca dos coletivos e disponibilizar RG, CPF, comprovante de endereço e laudo médico para avaliação da Etufor.

Cartão gratuidade para pessoa com deficiência

O interessado deve cumprir os seguintes requisitos exigidos pela Etufor:

- Ter deficiência física, mental/intelectual, auditiva, visual ou múltipla;
- Residir em Fortaleza;
- Estar fora do mercado formal de trabalho;
- Ser beneficiário(a) do Benefício da Prestação Continuada (BPC) ou pertencer a uma família beneficiária do Auxílio Brasil; ou estar inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal;
- Dispor de renda per capita familiar de até um salário mínimo.

Os detalhes sobre a documentação necessária estão disponíveis no site da Prefeitura.

Carteira de Identificação para Pessoas Autistas (Ciptea)

O pedido da Ciptea pode ser realizado em todas as 12 Secretarias Regionais (SERs) de Fortaleza, na Coordenadoria Especial de Pessoas com Deficiência, situada no bairro da Messejana, e também por meio do formulário disponibilizado pela gestão.

Para realizar o pedido, é necessário apresentar documento de identidade ou certidão de nascimento da pessoa com TEA, comprovante de endereço, documento de identidade dos responsáveis, laudo médico, comprovante de tipagem sanguínea e uma foto 3x4.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

abril azul transtorno espectro autista mobilidade terminais direitos campanha conscientizacao

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar