Dengue: após chuvas, população deve ficar alerta para evitar água parada

Até início fevereiro, não foi registrado aumento preocupante de casos em Fortaleza, diferentemente do cenário em diversos estados brasileiros. Mas é preciso cuidados para evitar água parada

Até a primeira semana de fevereiro, foram confirmados 27 casos de dengue em Fortaleza. Conforme informe semanal da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), 427 casos prováveis foram registrados em residentes da Capital. Números preliminares são considerados baixos, em comparação ao cenário nacional — Brasil ultrapassa meio milhão de casos prováveis. Grande volume de chuvas da semana passada pode acelerar transmissão da doença e acende alerta. 

Além dos quadros confirmados (6,3%), 39,8% (170) foram descartados e 53,9% (230) ainda estão sob investigação.

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Dados são referentes às notificações no Sistema de Informação de agravos de Notificação (Sinan) no período entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 a 6, de 1º de janeiro a 10 de fevereiro de 2024. 

Entre a primeira e a quinta semana de 2023, foram 1.152 notificações. A SMS destaca que "os dados de 2024 ainda são preliminares", mas representam uma redução de 63% em relação ao mesmo período destacado em 2023. 

Conforme Nélio Moraes, coordenador de Vigilância Sanitária em Saúde da SMS, os casos em Fortaleza apresentam distribuição equivalente entre os bairros. 

Sobre os casos ainda em análise, ele afirma que "parte poderá ser confirmada e grande parte será descartada". "Tem casos que vão ser confirmados 20 dias, um mês depois", diz.

O coordenador explica que, no Nordeste, a concentração de casos se inicia em março, com pico em meados de abril, na SE 16, até o final de maio, por volta da SE 24.

"Não precisa ser epidemia para que tenham esses casos. A partir de março, vamos ver o nosso cenário real, se temos uma zona de segurança. Ai poderemos fazer análise, comparar com anos anteriores em bairros e regionais. Todo caso que nós notificamos, temos que agir. Fazer o bloqueio de foco", detalha.

A Prefeitura segue realizando mutirão para eliminação de focos do Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.

Ao todo, serão 46 bairros alvos da ação. "Os mais vulneráveis por casos ocorridos, índice de infestação, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), condições sanitárias", explica Nélio sobre a escolha dos locais. 

Operação, que começou dia 1º, já foi realizada em 35 bairros. Outros 11 bairros devem ser concluídos até meados de março. "Para quando chegar no período mais crítico não ter tantos focos", diz.

Dengue: chuva aumenta risco de mais casos

Nélio Morais explica que a chuva é uma grande contribuinte para a proliferação de focos do mosquito e, consequentemente, de casos. Mas não a chuva em si. A água parada em locais onde o mosquito possa depositar seus ovos e se desenvolver.

"A sazonalidade da dengue no Brasil é a partir do índice pluviométrico. A tríade do calor, chuva e umidade. O período entre a eclosão do ovo e o mosquito adulto é reduzido. Causa uma disseminação cada vez mais forte da doença. Muitos depósitos que estavam sem água, mas já tinham ovos impregnados, vão eclodir e daqui a oito dias (após fortes chuvas) estaremos com muitos mosquitos voando", relaciona.  

Dicas para eliminar e evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti:

  • Usar telas nas janelas e repelentes em áreas de vedação dos reservatórios e caixas de água;
  • Desobstruir calhas, lajes e ralos;
  • Amarrar bem os sacos de lixo;
  • Colocar areia nos vasos de plantas;
  • Esvaziar garrafas PET e potes;
  • Não acumular sucata e entulho;
  • Remover demais recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
  • Receber os agentes de saúde e de endemias quando realizarem visitas.

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