Seminário discute desafios para maior inclusão nas escolas do Ceará

A abordagem das particularidades no ensino e a defasagem de conteúdo gerada pela pandemia de Covid-19 foram alguns dos temas debatidos

A primeira edição do “Seminário da Educação Básica no Ceará: por uma escola plural e acolhedora”, ocorre durante toda esta quinta-feira, 11, no Centro de Eventos do Estado do Ceará, em Fortaleza. O encontro é promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc) e reúne gestores, secretários e demais profissionais da educação com objetivo debater formas para tornar as escolas da rede estadual de ensino mais inclusivas.

A programação tem estandes sobre os trabalhos realizados pelas secretarias executivas, além de mesas de debate sobre os desafios da educação no Ceará.

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Para a titular da Seduc, Eliana Estrela, o seminário é uma oportunidade para as escolas pautarem os problemas existentes e compartilharem experiências exitosas que possam ser replicadas em demais instituições de ensino.

“É um momento de reflexão, mas também de troca, de compartilhamento. Nós vamos ouvir algumas palestras, mesas com pessoas que nos acompanham já, que trabalham com educação, que vêm construindo essa pauta conosco”, afirma a secretária.

A palestra “Liderança educacional e uma escola transformadora” foi ministrada pelo superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, que reforça o papel dos diretores das escolas para o sucesso da aprendizagem.

Para o palestrante, a criação de um ambiente acolhedor, que dê segurança e pertencimento aos estudantes, é fundamental para potencializar o aprendizado, devendo partir de diretores e coordenadores escolares.

“Aprendizagem e bom ambiente estão absolutamente relacionados. Isso depende muito da qualidade da liderança. Uma liderança distributiva, uma liderança compartilhada, uma liderança atenta para os desafios do dia a dia na escola. Conviver bem na escola é vital para que não só as relações humanas sejam boas, mas para que se aprenda bem”, explica.

Dentres as muitas barreiras para inclusão nas escolas, como acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD) e respeito às diversidades de raça e gênero, está a abordagem de pautas antirracistas no ensino básico, garantida pela Lei Federal N° 10.639/2003.

O debate contínuo com professores e estudantes, e não apenas em datas comemorativas, é visto como um caminho eficiente para combater preconceitos e violências na educação.

“É um trabalho que tem que estar constante nas nossas escolas. Não é só um projeto, um programa. É um tema que tem que estar todos os dias nas escolas fazendo parte da agenda da educação. Então, antirracismo, a questão da equidade, a questão da escola acolhedora têm que ser agendas constantes na educação, nas nossas escolas”, comenta Eliana Estrela.

Outro ponto que tem chamado atenção dos profissionais e estudiosos da área são os diferentes resultados gerados pelo ensino a distância durante a pandemia de Covid-19.

A interrupção das interações do ambiente escolar, somada aos desafios impostos pelo isolamento, geraram uma defasagem de conhecimentos que precisa ser reposta, como explica a gerente do programa Programa Aprendizagem na Idade Certa (Paic) na Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 19 (Juazeiro do Norte), Denise Moraes.

“As aprendizagens durante o período da pandemia, elas não foram paradas. As aprendizagens continuam porque as pessoas aprendem o tempo inteiro. Agora, aprendem de formas diferentes, e a gente sabe que durante a pandemia o ritmo não foi o mesmo e que a escola não conseguiu fazer um trabalho intenso como nós fazemos no nosso dia a dia comum, olho no olho com a criança e o adolescente”, comenta.

O evento busca a adoção de práticas que, além de aumentar a qualidade do conteúdo ensinado, estimulem a permanência do estudante na escola e evitem a evasão ou desinteresse dos jovens.

“Uma escola boa é uma escola que acolhe, uma escola que traz a criança, o jovem e lida com toda sua particularidade [...] Nós temos direitos que são iguais, mas também temos nossas particularidades. Justamente essas particularidades precisam ser cuidadas, precisam ser preservadas”, acrescenta Denise.

Confira atrações do evento:

Palestra de abertura: Liderança educacional e uma escola transformadora
Palestrante: Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco

Palestra de encerramento: A relação entre segurança e ensino-aprendizagem para a construção de uma educação equitativa
Palestrante: Carol Campos, diretora executiva da consultoria de inteligência educacional, Vozes da Educação.

Mesas de debate: Escola Acolhedora; Liderança pedagógica e garantia do direito à aprendizagem; A escola como espaço de promoção da Educação Integral; Família e Escola: por uma educação infantil que acolha as infâncias plurais

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