Acidentes de moto reduzem em Fortaleza mesmo com aumento da frota

Houve uma redução de 13% no quantitativo de óbitos envolvendo esse tipo de veículo na Capital. Foram 99 em 2020 e 86 em 2021

A frota de motocicletas e motonetas no Ceará chegou a 1,7 milhão, em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número é 85% maior do que em 2011. Com a maior frota do Nordeste, Fortaleza tem 352.157 veículos, 128.266 a mais que Teresina, que ocupa a segunda posição da região. Apesar do aumento, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), houve uma redução de 13% no quantitativo de óbitos envolvendo esse tipo de transporte na Capital. Foram 99 em 2020 e 86 em 2021.

Levantamento do DataDoc a partir de dados do Ministério da Infraestrutura mostram que Fortaleza, se comparada a região Sudeste, ficaria atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ocupando a quarta maior frota de motos. No gráfico abaixo, é possível ver os números por região.

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De acordo com a AMC, para que as vias de Fortaleza não sejam impactadas com a alta circulação de motos, os motociclistas são sempre priorizados nas ações de trânsito, seja por meio de medidas educativas, fiscalização ou engenharia de tráfego.

“Desde 2016, Fortaleza adotou uma nova postura em relação à questão da segurança viária. Começamos a trabalhar com dados, as ações de trânsito foram remodeladas, com mais fiscalização e ações de educação. Um dos focos prioritários dessas ações foram os motociclistas, usuários mais vulneráveis”, explica o gerente de Educação para o Trânsito da AMC, André Luís Barcelos.

Redução de mortes no trânsito

Em 2021, conforme a AMC, a Capital alcançou o sétimo ano consecutivo reduzindo óbitos no trânsito. No ano passado, 184 pessoas perderam a vida nas vias da Cidade, número 51% menor em relação ao ano de 2014, quando 377 óbitos foram contabilizados.

Apesar da melhora dos índices com queda de 13% em relação a acidentes com motos, mais expostos a ocorrências, usuários do veículo ainda são as principais vítimas no trânsito, correspondem a 48% do total de mortes registradas ano passado em Fortaleza.

Para evitar irregularidades e acidentes nas vias é feita a intensificação da vigilância, a AMC destaca que no primeiro semestre deste ano, 49 mil motocicletas foram abordadas nos comandos de fiscalização da Autarquia. Na blitz é verificada toda a situação do veículo e condutor, além de ingestão de álcool no organismo, uso do capacete, dentre outros.

Segundo o órgão, as infrações mais frequentes envolvendo esse tipo de usuário são excesso de velocidade, dirigir com calçado que não se firme nos pés e avançar o sinal vermelho.

Para atenuar o impacto da grande circulação de motos, André Luís Barcelos ressalta a importância de políticas públicas que vêm sendo implementadas pela Prefeitura de Fortaleza. Segundo ele, as pessoas que fazem uso de veículos para ir ao trabalho ou passear passam a utilizar menos os serviços de transporte público. 

“Muita gente está deixando o veículo automotor de um modo geral para comprar uma bicicleta, porque hoje temos uma grande área, uma grande infraestrutura cicloviária que fez com que aumentasse a quantidade de pessoas usando a bicicleta na Cidade e diminuísse os números de sinistros”, diz. Ele também destaca que o aumento dos veículos tem ocorrido pela facilidade do transporte para uso em trabalhos informais.

Engenharia e Educação

Há mais de três anos, a Autarquia também oferta gratuitamente o Curso de Pilotagem Segura. O foco é possibilitar o desenvolvimento de habilidades na condução do veículo para enfrentar qualquer situação no trânsito e estimular um comportamento mais seguro para que não se envolvam em sinistros. Os interessados devem se inscrever na formação - oferecida em caráter permanente - por meio do site.

“As aulas são ministradas por professores que têm muita vivência no trato com a motocicleta. Eles têm um treinamento muito apurado, o grande objetivo do curso é falar a linguagem do motociclista. No curso falamos sobre comportamento e situações que o motociclista vivencia no dia a dia. Nesse curso temos a parte teórica e uma parte prática, ligada à questão de técnicas de pilotagem”, destaca André Luís Barcelos.

Uma das medidas que integram o programa de segurança viária adotado pela Prefeitura de Fortaleza, foi a implantação de faixas de retenção para motocicletas em 664 cruzamentos da cidade. Conhecida como “motobox”, a intervenção consiste em dar prioridade para quem trafega sobre duas rodas na abertura do sinal de trânsito, permitindo que possa partir antes dos outros veículos quando o semáforo abrir.

"Distanciando motos dos carros nos primeiros instantes após a abertura semafórica, espera-se que ultrapassagens arriscadas e conflitos sejam evitados, tornando a largada mais segura", ressalta o gerente de Educação para o Trânsito da AMC.

De acordo com a AMC, há também abordagens que acontecem nas próprias vias, são repassadas orientações quanto ao uso do capacete e da importância do respeito às normas de circulação viária. Conforme a Autarquia, educadores também aproveitam a mobilização para fazer a distribuição de antenas corta-pipas, dispositivo que impede que as linhas chilenas e o cerol atinjam o motociclista.



Crescimento paralelo de rastreadores e bloqueadores

Com o aumento da frota de veículos em duas rodas no Estado, cresceu também a procura por equipamentos de segurança. Supervisor da regional Nordeste de vendas, do Grupo Tracker, empresa que presta serviço de rastreamento em todo o País, Helcio Oliveira da Silva afirma que o uso de rastreadores e bloqueadores cresceram na mesma proporção das motos e motonetas "dada a fragilidade e a vulnerabilidade para ocorrências de furtos e roubos". (Colaborou Gabriela Custódio)

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