Beira Mar de Fortaleza ganhará 18 guarderias para abrigar embarcações

As obras serão realizadas em três etapas com um tempo de conclusão previsto para 10 meses. Pescadores da região deverão ser remanejados de maneira gradual

Do calçadão da avenida Beira-Mar, próximo ao Mercado dos Peixes, é possível avistar dezenas de embarcações que compõem um dos cenários mais turísticos de Fortaleza. Entretanto, nem todos destes barcos estão atracados no mar, muitos estão estacionados na faixa de areia.

Visando reorganizar o espaço público e facilitar o trânsito de banhistas e pescadores que usufruem do mar — seja para trabalho ou por diversão —, a Prefeitura de Fortaleza deu início à construção de 18 guarderias na área.

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Os novos equipamentos serão instalados na própria faixa de areia, entre a estátua de Iracema e o Mercado dos Peixes. De acordo com o Samuel Dias, titular da Secretaria da Infraestrutura de Fortaleza (Seinf), que visitou o local na manhã desta segunda-feira, 25, cada guarderia conseguirá abrigar cerca de quatro embarcações.

O secretário explica que, além de reorganizar o espaço, a obra pretende trazer melhorias no acesso de banhistas ao mar e também oferecer uma melhor estrutura para os pescadores que trabalham na região. A obra será dividida em três etapas, para as quais será necessário o remanejamento temporário dos equipamentos utilizados pelos pescadores.

"Vão precisar sair temporariamente da onde estão, por isso vamos fazer por partes, para que se possa ir liberando aos poucos. Vamos dialogando e dando apoio, por exemplo, na remoção desses equipamentos e na guarda temporária dos materiais", relata Dias.

O projeto prevê que dez guarderias serão abertas para abrigar embarcações que precisem de reparos, outras quatro serão cobertas e fechadas para o armazenamento de ferramentas, e as outras quatro guarderias terão pergolado e piso em concreto para a realização da atividade de despesca.

Na manhã desta segunda-feira, 25, os primeiros materiais para a realização das obras já estavam no local. Pescadores da região mostraram preocupação com o início dos trabalhos da Prefeitura.

"Ainda não sei exatamente como vai ser, mas sei que o intuito é trazer benfeitorias para a praia. Ninguém aqui é contra a melhoria, o pescador também é a favor da limpeza, mas queremos ficar aqui", destaca o pescador José Airton dos Santos, 62.

Segundo o presidente da colônia de pescadores da colônia Z8, Francisco Bezerra, 61, a maior preocupação da categoria é ser impedida de voltar futuramente ao local que ocupam atualmente.

"O pescador está receoso. Esse é um espaço que, historicamente, é deles. Infelizmente, não tem como agradar todo mundo, mas é preciso explicar o projeto melhor aos pescadores", sugere. Francisco relata que participará de outra reunião com a Seinf com o intuito de esclarecer quaisquer dúvidas sobre a obra.

 

O secretário Samuel Dias afirma que já entrou em contato com a colônia de pescadores e explicou que as intervenções serão realizadas "sem pressa". De acordo com Dias, a Prefeitura quer diminuir ao máximo os transtornos causados durante uma obra.

"Queremos fazer como fizemos na Beira Mar como um todo, com muito diálogo e escuta das necessidades deles. Tenho outra reunião com os pescadores para explicar, novamente, o projeto".

A obra está orçada em R$ 2,3 milhões e deverá ser concluída em até 10 meses. 

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