Moradores evitam falar sobre mortes em posto de saúde de Fortaleza

O POVO esteve nas proximidades do posto de saúde Edmar Fujita nesta quinta-feira, 19. Alguns moradores locais relataram medo, e o comércio ficou fechado durante a manhã

Pontos comerciais, oficinas de automóveis e uma instituição de ensino próximas ao posto de saúde Edmar Fujita, no bairro Dias Macedo, estavam de portas fechadas na manhã desta quinta-feira, 19. O motivo seria o medo de retornar à normalidade após o local em Fortaleza ter sido cenário de assassinato de três pessoas, na tarde da quarta-feira, 18.

"Temos medo que aconteça algo de ruim, nós não podemos falar sobre o assunto. Na verdade, a gente vive apavorada por causa da violência desse lugar", disse uma moradora do entorno da avenida Alberto Craveiro. Ela passou pelo local nesta manhã.

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Os moradores e trabalhadores do entorno abordados pelo O POVO não quiseram comentar sobre o assunto, mas lamentaram a insegurança. Segundo eles, a violência estaria relacionada a facções no local. No posto de saúde,  viaturas e agentes de segurança armados realizavam a guarda. O atendimento na unidade foi normalizado.

Alguns pacientes que saíram do posto, durante a manhã, também não quiseram falar sobre as mortes. "Eu moro um pouco perto, mas só ouvi falar do que aconteceu ontem. Estamos com medo, mas precisei vir ao posto esta manhã", disse uma paciente que preferiu não se identificar. Na avenida, o cenário era de baixo fluxo de carros e de pedestres nas calçadas.

A ação mobilizou autoridades do estado do Ceará, como o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que foi ao local logo após o ocorrido. Além da governadora Izolda Cela (PDT): "Determinei ao secretário da Segurança, Sandro Caron, o aparato policial que for necessário, inclusive de aeronaves, para identificar e prender os criminosos o mais rápido possível. Não mediremos esforços para enfrentar e vencer essa criminalidade", escreveu Izolda no perfil oficial da governadora, no Twitter. Os suspeitos por envolvimento no caso foram detidos pela força policial.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou, em nota, dispor de circuito interno de câmeras em unidades de atendimento. As imagens gravadas no posto Edmar Fujita, conforme a SMS, foram usadas para as investigações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), resultando na prisão de três suspeitos.

Na manhã desta quinta-feira, 19, o prefeito Sarto afirmou em entrevista que a Guarda Municipal de Fortaleza deve realizar estudo técnico para avaliar o grau de vulnerabilidade nos 116 postos de saúde e, assim, definir áreas prioritárias para a instalação de câmeras de videomonitoramento integrado às centrais. Já a SSPDS disse ao O POVO, nesta quinta, que a Polícia Militar do Ceará (PMCE) "realiza patrulhamentos no bairro Dias Macedo, e o comércio funciona normalmente". 

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