Praça do Ferreira recebe sala de vacinação; veja imunizantes disponíveis

Quatro tipos de vacinas são disponibilizadas para quem passar pelo local e apresentar RG ou CPF: contra hepatite B, dT (difteria e tétano), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e febre amarela

Em meio a um período de baixa cobertura vacinal, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) incluiu uma sala de vacina entre os estandes do evento Ceará de Oportunidades. O serviço ficou disponível nesta segunda-feira, 2, e também fica aberto na terça-feira, 3, na Praça do Ferreira, das 9 às 15 horas. A programação é realizada em celebração ao Dia do Trabalhador, dia 1º de maio.

Durante a ação, fortalezenses podem atualizar os cartões de vacina com os imunizantes contra a hepatite B, dT (difteria e tétano), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e febre amarela. Para ter acesso aos imunizantes, é preciso apresentar RG ou CPF e, opcionalmente, o cartão de vacina.

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Nesta segunda, 2, até as 16 horas, foram aplicadas 171 doses de vacinas e 73 pessoas procuraram a sala de vacinação. Entre elas, a jovem Jéssica Pereira da Silva, 29, que estava com a tríplice viral e a vacina da febre amarela desatualizadas. Ela afirmou que procurou o local por trabalhar próximo da praça. “Eu estava com muitas vacinas atrasadas. Agora o esquema vacinal está mais completinho”, disse.

O metalúrgico aposentado João Monteiro dos Santos, 57, exibia o cartão de vacina quase totalmente preenchido com orgulho. Para ele, vacinas dão mais sensação de segurança. Mesmo assim, ele acabou passando muitos anos sem tomar a vacina contra a febre amarela, que precisa ser atualizada após dez anos da última dose. João conseguiu tomar a nova dose no evento.

Enquanto passeava pelo evento, Bárbara Araújo, 39, lembrou que tinha atrasado o ciclo da vacina contra a hepatite B, que segue esquema de três doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. Em consulta com os servidores da Sesa no momento da triagem, Bárbara foi informada de que precisava reiniciar o ciclo de doses.

FORTALEZA, CEARÁ, 02-05-2022: No centro de Fortaleza, há diversas atividades voltadas aos trabalhadores, inclusive a vacinação contra sarampo, febre amarela e entre outros. A programação faz parte do evento "Mes do Trabalhador". (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)
FORTALEZA, CEARÁ, 02-05-2022: No centro de Fortaleza, há diversas atividades voltadas aos trabalhadores, inclusive a vacinação contra sarampo, febre amarela e entre outros. A programação faz parte do evento "Mes do Trabalhador". (Foto: Fernanda Barros/ O Povo) (Foto: FERNANDA BARROS)

Desinteresse e discussões políticas afetam cobertura vacinal, opinam cidadãos

Durante a primeira fase da campanha de vacinação contra a Influenza, que ocorreu de 30 de março a 30 de abril, apenas 10% da meta foi alcançada. Isso corresponde a 66.890 pessoas imunizadas, entre idosos, profissionais da saúde e crianças de seis meses a 5 anos. A baixa cobertura vacinal preocupa, porque, em 2021, a quantidade de pessoas vacinadas contra a gripe foi a menor em 23 anos no Ceará. Já a imunização contra o sarampo não atingiu a meta de cobertura nos últimos dois anos.

Para João Monteiro, a vacinação deveria ser obrigatória para todos, “como o voto”. “Hoje tem um lado que apoia e outro que não apoia. Antes não tinha isso, o pessoal tinha prazer de ser vacinado”, relembra. O empresário Tarcísio Vasconcelos, 34, que também estava visitando o Centro nesta manhã, acredita que as pessoas são influenciadas por questões políticas e, por isso, não procuram a imunização por meio das vacinas.

“A vacina é uma questão de saúde pública, mas estão politizando muito, até mesmo porque temos um presidente que não é muito a favor da vacina [da Covid]”, opina. Tarcísio, que tem uma filha de 7 anos e outra de 1 ano, afirma que sempre procura dar todas as vacinas disponíveis para as crianças, acreditando na importância da proteção.

Já a auxiliar de farmácia Suzana Souza, 31, acredita que os adultos são os mais relaxados em relação à atualização dos cartões de vacina. “Acho que se preocupam mais quando é com criança. Tem muito adulto que não tem mais nem cartão de vacina. É falta de interesse mesmo”, diz.

A manicure Margareth de Sousa, 55, também compartilha da impressão de que as pessoas não têm interesse em se vacinar. “Ela [a vacina] está ali para tomar. Eu conheço gente que não tomou nem a primeira dose da Covid”, relata. A mulher, no entanto, também reconhece que o medo é um fator levado em consideração por ela e por outras pessoas da família.

Enquanto Margareth não toma a vacina da gripe por medo da agulha, a nora da manicure ainda não levou os filhos para serem imunizados contra a Covid por receio de reações adversas, apesar de a vacina infantil ser comprovadamente segura.

Para Bárbara Araújo, as pessoas precisam receber orientações melhores sobre a importância das vacinas. “As pessoas têm uma cultura de achar que quem toma a vacina fica é doente, muita gente que pensa isso fica sem vacinar os filhos”, afirma. Apesar disso, Bárbara tem esperança de que os números da cobertura vacinal melhorem, pois a pandemia está em um período de arrefecimento.

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