Assassinato de jovem durante motim também é investigado pela CGD

MPCE apontou haver no crime "nítidos elementos de atuação de um grupo de agentes de segurança.

Além dos disparos contra Cid Gomes, também continua sendo investigado o assassinato de José Guilherme da Costa Câmara, de 17 anos, em crime ocorrido na noite de 20 de fevereiro de 2020, durante a paralisação da Polícia Militar, no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza. Pela suspeita de que o caso tenha sido praticado por policiais militares, o caso é investigado pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).

Conforme Relatório Complementar à Recognição Visuográfica, elaborado pela Polícia Civil e ao qual O POVO teve acesso, relato de familiar de José Guilherme aponta que ele foi morto por um grupo de 12 homens que trafegavam em, pelo menos, seis motos. A vítima estava com alguns amigos em uma esquina quando foram abordados. Os criminosos teriam ordenado que eles botassem a mão na cabeça e, em seguida, passaram a atirar contra José Guilherme. O familiar ainda disse à Polícia que a vítima integrava facção criminosa e era "envolvido em crimes".

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O Ministério Público Estadual (MPCE) apontou haver, até o momento, nos autos “nítidos elementos de atuação de um grupo de agentes de segurança do Estado, conforme o comportamento dos autores”. Por isso, requereu o envio do caso à CGD.

Até o momento, porém, nenhum suspeito foi identificado. Testemunhas afirmaram no inquérito que José Guilherme era constante alvo de abordagens policiais e que, em uma determinada ocasião, um flagrante de tráfico de drogas foi forjado por policiais. PMs ouvidos pela DAI, entretanto, negaram envolvimento no caso, assim como disseram não ter sabido sobre a motivação do crime.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou ter analisado oito pontos próximos ao local do crime cadastrados no sistema Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), porém, não foi identificado nenhum agrupamento de motocicletas no momento do crime.

A DAI pediu prorrogação do prazo para conclusão do inquérito. Entretanto, conforme consulta no Sistema de Automação da Justiça (e-SAJ) não há movimentação desde 6 de setembro último, quando foram abertas vistas para manifestação do MPCE.

O POVO questionou a CGD se outros homicídios ocorridos durante o motim estavam sendo investigados pela DAI, mas não obteve resposta.

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