Ação leva serviços sociais e de saúde a pessoas em situação de rua na Praça do Ferreira

Serviços de saúde, consulta de benefícios sociais, entregas de kits, entre outros, estiveram à disposição dessa população

A Praça do Ferreira recebeu na tarde desta quarta-feira, 8, mais uma série de ações de assistência social e promoção de saúde promovida conjuntamente por órgãos da Prefeitura e do Governo do Estado. O público-alvo era a população em situação de rua da praça, que teve à disposição serviços como orientações sobre benefícios sociais, aconselhamento sobre redução de danos e tratamento de dependência química e entregas de kits de higiene. Para as crianças, ainda houve atividades lúdicas, como pinturas de rosto.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

De acordo com o coordenador do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), Elias Figueiredo, o trabalho conjunto entre Prefeitura e Governo ocorreu neste ano na Praça bimestralmente por causa da pandemia, mas o planejamento é que ocorra com mais frequência. A Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS) desenvolve ações duas vezes por semana no local. A expectativa dele era de que a ação desta tarde tenha atendido até 350 pessoas. A ideia, diz, é fazer uma aproximação com essa população, fortalecendo vínculos e construindo coletivamente uma saída da rua.

Para Figueiredo, o maior desafio no trabalho, atualmente, é o aumento da população de rua causado pela crise econômica, mas também há dinâmicas como o conflito entre facções. “A gente afirma que a pobreza extrema volta para o Brasil. A gente está vendo isso a cada dia que vem para a Praça. São crianças, adolescentes, famílias inteiras que recorrem à rua como forma de sobrevivência. Ou seja, elas não têm comida dentro de casa, elas não têm um lar saudável para viver, elas já vivem em torno, muitas vezes, de lugares violentos, existem problemas de facção”.

O enfermeiro Weslley Amora explica que o Consultório na Rua, que esteve no local promovendo ações em saúde, atua com a população de rua através de demandas espontâneas, no local de apoio do programa (o posto Paulo Marcelo, no Centro) ou durante as visitas que fazem em praças, abrigos entre outros. O consultório também age a partir de relatos recebidos de enfermidades que acometem pessoas em situação de rua. “É um posto de saúde que anda”, resume. “É só ir, não precisa de encaminhamento”. Ele alerta para a maior vulnerabilidade que as pessoas em situação de rua estão a casos de tuberculose e infecções sexualmente transmissíveis, assim como abuso de álcool e outras drogas e doenças negligenciáveis como a hanseníase.

Conforme Cléo Félix, assistente técnica do Centro de Referência sobre Drogas (CRD), da Secretaria Estadual da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), o trabalho com relação ao abuso de substâncias psicoativas é desenvolvido na perspectiva da prevenção e redução de danos. A equipe do CRD faz abordagens em diversos territórios da cidade onde há concentração de pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas. Nem toda a população de rua, porém, é usuária, alerta Cléo. Na Praça do Ferreira, há uma população que está mais em situação de vulnerabilidade social, ela diz. No local, também esteve técnicos do programa Ponte de Encontro, que faz busca ativa por crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e as encaminha para serviços sócio-assistenciais.

Beatriz da Costa Timóteo, de 19 anos, foi uma das beneficiadas com a ação desta tarde. Ela, que buscou no serviço materiais como máscara, camisinha e sabonete líquido, aprovou a iniciativa e destacou a importância de ações como essa de amparo à população de rua na Praça. Beatriz conta estar só no local (“só tenho colegas, ninguém aqui tem amigo não”) e que se sustenta vendendo partilhas. Seu sonho, porém, é concluir os estudos. Ela conta ter deixado a escola no primeiro ano do ensino médio: “Eu queria fazer outra coisa da minha vida. Aqui, a gente leva um monte de ‘não’, gente te atacando, mas, é a vida, melhor que fazer coisa errada”.

Serviço

Atendimento do Consultório na Rua
Posto de Saúde Paulo Marcelo — Rua Vinte e Cinco de Março, 607 — Centro

Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP)
Rua Jaime Benévolo, 1059 — Centro
Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) Avenida João Pessoa, 4180 — Damas

Programas Ponte de Encontro
Denúncias: (85) 3433.1414

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

População de rua fortaleza Praça do Ferreira Atendimento População de Rua

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar