Programa de bicicletas compartilhadas de Fortaleza tem maior alcance entre as capitais

Após ampliação do número de estações com bikes coletivas, Capital cearense assume protagonismo nacional nos deslocamentos em veículos não motorizados de duas rodas

Implantado em 2014, o sistema de bicicletas compartilhadas de Fortaleza — Bicicletar — se tornou em 2021 a maior plataforma modal de uso coletivo de bikes do Brasil. Atualmente, o serviço conta com, em média, 7,1 estações para cada 100 mil habitantes da Capital cearense. O número supera São Paulo (2,9) e Rio de Janeiro (4,4), que nesse recorte ocupam a segunda e terceira posições, respectivamente. Embora as duas maiores cidades do Sudeste estejam numericamente à frente no quantitativo de estações e bikes disponíveis, Fortaleza tem menor contingente populacional, o que torna o serviço proporcionalmente mais abrangente.

De acordo com a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), ao menos 192 estações do Bicicletar estão em pleno funcionamento nas 12 regionais da Capital. As duas mais recentes foram inauguradas em setembro passado, na avenida Heráclito Graça, bairro Centro, e no Polo de Lazer do bairro Conjunto Esperança. Nos últimos dois anos, o número de pontos com bikes disponíveis mais que duplicou. Em dezembro de 2019, eram apenas 80 estações.

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À medida que a oferta é ampliada, aumenta a adesão da população ao sistema, que até novembro já havia ultrapassado a marca de 1 milhão de viagens, primeira vez que o número é alcançado em menos de um ano. Em média, cerca de 3 mil fortalezenses utilizam as bicicletas diariamente. O uso tem se tornado cada vez mais comum entre as pessoas que fazem do meio de transporte uma alternativa mais barata e saudável para deslocamentos ao trabalho, escolas ou academias.

Considerando todas as estações em funcionamento na Capital cearense, o número de bikes disponíveis para o público passa de mil. Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), a extensão de malha cicloviária da cidade, que inclui ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, chega a 405,6 km. Somente neste ano, 58,4 km foram implantados. A mais recente expansão ocorreu no trecho entre as avenidas Desembargador Moreira e Abolição. Até o fim de 2024, a estimativa da Prefeitura é que a malha receba mais 100 km de infraestrutura cicloviária.

Em sete anos do projeto Bicicletar, mais de 4,5 milhões de viagens foram realizadas. Segundo a SCSP, o uso das bicicletas compartilhadas já impediu a emissão de mais de 1,8 toneladas de gás carbônico na atmosfera. Segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), Fortaleza é a capital brasileira onde as pessoas vivem mais próximas a ciclovias e ciclofaixas, tendo ao menos 50% dos habitantes residentes a aproximadamente 300 metros de algum ponto de bikes compartilhadas.

Para o titular da SCSP, Ferrúcio Feitosa, “Fortaleza é uma das cidades mais cicláveis do Brasil”. Ele destaca que a meta da gestão para os próximos anos é seguir investindo em ações que incentivem o uso de meios de transporte não motorizados a fim de causar impactos positivos no meio ambiente e na saúde da população. Atualmente, pouco mais de 297 mil fortalezenses estão cadastrados no Bicicletar. Pelo menos 94% do total de cadastros são vinculados ao Bilhete Único.

Comparativo

Em números absolutos, São Paulo e Rio de Janeiro possuem os maiores sistemas de bicicletas compartilhadas do País. Na capital fluminense, o “Bike Rio” conta com 304 estações e mais de 3,1 mil bicicletas disponíveis. Já na capital paulista, são cerca de 260 estações e 2,7 mil bicicletas no “Bike Sampa”. As informações foram fornecidas pelo banco Itaú, instituição que atua em parceria com as prefeituras das duas capitais para a manutenção do sistema.

Ainda que Rio de Janeiro e São Paulo estejam numericamente à frente de Fortaleza – que ocupa a terceira posição, com 192 estações e mais de mil bikes – o acesso a esse meio de transporte compartilhado na Capital do Ceará é menos complicado do que nas capitais do Sudeste. Isso porque, o universo de habitantes da metrópole cearense (2,7 milhões) é consideravelmente menor na comparação com as populações de São Paulo (12,3 milhões) e do Rio de Janeiro (6,7 milhões), onde os sistemas começaram a funcionar em 2012 e 2011 respectivamente.

Na Capital cearense, o projeto opera desde dezembro de 2014 em parceria com a Unimed Fortaleza. Em sete anos de serviço, as bikes passaram a fazer parte da rotina de dezenas de moradores, que apesar de elogiarem a iniciativa, apontam necessidade de algumas melhorias. No começo de novembro, O POVO percorreu três estações para avaliar a qualidade do modal e ouvir as impressões dos usuários. Clique aqui e confira a reportagem.

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