Colégio presta esclarecimentos sobre morte de professores na pandemia

Em nota, Colégio Christus detalha casos da doença entre colaboradores. Instituição diz que faz o máximo para garantir segurança dos funcionários

Por meio de uma nota publicada no início da tarde desta segunda-feira, 17, o Colégio Christus lamentou e detalhou os casos de Covid-19 entre os seus colaboradores. Ao todo, cinco professores, entre profissionais do colégio e da universidade da instituição,  morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus.

A morte de um sexto profissional de educação também é citada na nota, entretanto, o colégio alega que o professor já não fazia parte do quadro da instituição desde julho de 2020.

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Sem citar nomes, o colégio prestou esclarecimentos sobre cada um dos cinco casos. O primeiro trata-se de um professor que ministrava aulas para turmas do Pré-Universitário. De acordo com a nota, o educador possuía comorbidades e "lecionava suas aulas de casa e não veio à escola no período em que, infelizmente, foi infectado".

Ainda de acordo com o comunicado, outros dois colaboradores, que faziam parte da coordenação das atividades de educação física, também foram vítimas da Covid-19. A escola explica que ambos "estavam na escola em período de aulas presenciais, mas tiveram contato mínimo com os alunos durante o período".

A coordenadora da área linguística do Colégio e da Unichristus foi outra vítima do vírus durante a pandemia. Segundo a nota, ela prestava serviços de forma híbrida, ou seja, por vezes na escola e outras em casa, seguindo as necessidades da função dela. O colégio informa que ela também não teve nenhum contato com os alunos durante os últimos meses.

Por fim, a instituição também comentou a morte da professora Kelly Cristina, no último domingo, 16. De acordo com o colégio, a educadora ministrava as aulas remotas da escola,e apresentou os primeiros sintomas no dia 21 de abril, tendo sida afastada de imediato. O teste que detectou o resultado positivo foi fornecido pela escola. A instituição menciona a morte de um sexto profissional de educação, mas explica que o professor já não possuía vínculos com a escola desde o último ano.

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Preocupação com a situação

O Colégio Christus informa que a escola oferece testes que permitem estabelecer a presença ou não do vírus nos seus colaboradores desde setembro de 2020, além de fazer o máximo para garantir a segurança dos funcionários.

"Não medimos esforços para que nossos colaboradores trabalhem em segurança. Distanciamento, uso de máscaras e todos os demais procedimentos que constam no protocolo sanitário são seguidos pela instituição, que é constantemente visitada por órgãos de saúde responsáveis pela fiscalização de nossos protocolos. O momento vivido por nós da escola é de profunda tristeza, por perdermos profissionais tão queridos nesta grave crise sanitária".

O comunicado diz que a instituição busca celeridade no processo de vacinação dos profissionais de educação. No último dia 27 de abril, a direção do Colégio Christus participou de reunião com a gestão da Secretaria de Saúde do Município. Na ocasião, foi solicitada a vacinação prioritária para professores e funcionários das escolas.

Em abril, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), enviou um ofício ao Ministério da Saúde (MS) solicitando a inclusão dos profissionais da educação entre os grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19. Entretanto, a Secretaria Municipal de Fortaleza (SMS) informou que o pedido não foi atendido e que segue a ordem de prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Atualmente, Fortaleza encontra-se na terceira fase do plano de vacinação, mas pessoas que pertencem ao segundo grupo prioritário seguem recebendo a segunda dose dos imunizantes.

Assim como a SMS, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informa que os professores fazem parte do grupo prioritário 4, e que não há nenhuma previsão de quando passarão a ser contemplados com as vacinas. O processo deverá ser iniciado logo que se finalize a vacinação do terceiro grupo prioritário.

Escolas Públicas

 

Wellington Soares, responsável pela Secretaria de Política Sindical do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), conta que a categoria observa com preocupação os casos de Covid-19 entre professores de escolas particulares.

"Queremos muito voltar, por isso estamos fazendo essa campanha pela vacinação. Já é uma coisa fechada em assembleia que só voltamos com vacina e os cuidados nas escolas. Falar em voltar sem vacina é greve. Você olha o que está acontecendo nas escolas particulares. Estamos abismados com o que tem acontecido, inclusive, no Christus, cinco ou seis professores já faleceram nesta pandemia, isso é uma coisa absurda", relata.

Gardênia Baima, uma das diretoras do Sindiute, também se solidariza com a situação dos colegas. Ela afirma que os professores de escola pública continuarão trabalhando de forma remota até que recebam a vacinação. "Só há um caminho para que essa segurança se estabeleça, é com a vacina. Se não tem vacina, só podemos seguir como estamos, manter o isolamento social. A volta à escola neste momento significa um grave perigo. Ninguém mais do que nós quer a volta, porque isso é nosso emprego, é o que decidimos nos tornar, a escola é nosso ambiente. Quando vemos a notícia que um professor morreu em decorrência do vírus, liga-se a luz amarela do perigo", completa.

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