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Nordeste supera média nacional no consumo de milho e feijão verde/corda, mas fica abaixo em frutas e verduras, mostra IBGE

Os dados estão na "Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil" da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 divulgadas pelo IBGE nesta sexta-feira, 21
10:31 | Ago. 21, 2020
Autor Lais Oliveira
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Lais Oliveira Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

As frequências de consumo de milho e feijão verde/corda no Nordeste superaram a média nacional, de acordo com a “Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil” da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Por outro lado, em consumo de frutas e verduras, a região se encontra abaixo da média brasileira. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O inquérito alimentar do IBGE revela o perfil de consumo da população brasileira com 10 anos ou mais de idade. Segundo o IBGE, o Nordeste foi destaque por médias per capita (por cabeça) de consumo de milho e preparações à base de milho mais elevadas do que outras regiões do País.

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A frequência de consumo nordestina desse alimento foi de 25,8% contra 11,9% no Brasil. No Nordeste, as pessoas consomem, em média, 37,6 gramas de milho ou preparações à base de milho ao dia, enquanto no Sul esse indicador cai para 13,0 g/dia. A quantidade é ainda ainda menor no Centro-Oeste (8,3 g/dia), Sudeste (7,9 g/dia) e Norte (6,8 g/dia).

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Apesar disso, em comparação com o inquérito alimentar do IBGE de 2008-2009, a frequência do consumo de milho e suas preparações caiu de 28,9% para 25,8%.

Foi observado também consumo bem superior para feijão verde/corda entre os nordestinos em relação ao restante do País. A ingestão desse produto aumentou 9,8% para 13,5% em relação à pesquisa de 2008-2009. Por dia, a população do Nordeste consome uma média de 29,5 gramas desse feijão. O menor índice do País está no Sudeste, com 0,3 g/dia.

Contudo, a pesquisa do IBGE revelou também que verduras (alface, couve, repolho, salada crua) e frutas (açaí, laranja, maçã, tangerina e outras) têm consumo abaixo das médias nacionais entre os nordestinos. Enquanto isso, o Sul e o Sudeste concentraram os maiores consumos por pessoa para a maioria das frutas e verduras.

A nutricionista Ilana Bezerra, professora da graduação e da pós-graduação da Universidade Estadual do Ceará (Uece), integrou a equipe técnica de análise e divulgação dos dados do inquérito POF 2017-2018. Ela avalia que, de forma geral, o brasileiro ainda não consome frutas e verduras como deveria.

“O mais preocupante desse dado é que o consumo desses itens foi reduzido principalmente entre os indivíduos de menor nível de renda. O que nos chama atenção para as disparidades socioeconômicas no acesso aos alimentos do nosso País”, complementa.

Ainda de acordo com a pesquisadora, outro ponto importante a se considerar é o tipo de alimentos que é consumido em detrimento a frutas e verduras. “Muitas vezes, as escolhas perpassam por produtos ultraprocessados com baixo valor nutricional e com ingredientes que podem favorecer o desenvolvimento de inúmeras doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, entre outras”, alerta.

Para a especialista, o destaque do Nordeste em relação ao consumo de milho e feijão revela um aspecto positivo da região pois esses itens são marcadores dos hábitos alimentares nordestinos e integram a cultura alimentar da população. “São itens que devem fazer parte de uma dieta saudável, ricos em fibras e de baixo teor calórico”, afirma.

Ela destaca que o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde,  recomenda ter como base da alimentação alimentos in natura e minimamente processados, que respeitem a diversidade brasileira e cultivem a cultura alimentar de cada região. “Assim, é importante que os nordestinos mantenham os hábitos que são saudáveis da nossa culinária regional e o milho e o feijão são bons exemplos disso”, enfatiza.



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