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Com previsão de retorno presencial junto às escolas, reforço escolar colabora no aprendizado remoto

Serviço proporciona atendimento personalizado que pode fazer a diferença no contexto das aulas remotas
13:54 | Ago. 11, 2020
Autor Lais Oliveira
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Lais Oliveira Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

A suspensão das aulas presenciais trouxe a necessidade do ensino remoto, que se impôs como um novo desafio aos estudantes, pais e profissionais da educação. Neste cenário inesperado, os reforços escolares se apresentam como um suporte a mais para os alunos que podem ter acesso ao serviço. Contudo, assim como as escolas, esses espaços deverão reabrir para atendimento presencial somente em setembro.

Para a administradora Silvilene Sampaio, 31, as aulas de reforço online têm sido fundamentais para o melhor desempenho do filho Pedro José Sampaio, 10 anos, aluno do 5º ano de um colégio particular em Juazeiro do Norte, na região do Cariri.

“Estamos todos em casa, vivendo essa situação bem complicada. Mesmo a gente tendo tempo e conhecimento, explicar é muito difícil na hora das atividades”, conta. Pedro tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA) e a mãe garante que o atendimento personalizado oferecido pelo reforço é bastante satisfatório em relação às atividades da escola, à metodologia de organização do estudo e às explanações do conteúdo.

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Segundo Silvilene , a escola “não consegue identificar tão bem como a criança está”, de forma individualizada. “Posso dizer que o reforço está superando o ensino da escola”, relata. Ela tem o filho matriculado no Reforço Escolar Larissa Almeida desde janeiro de 2019.

De acordo com a proprietária do espaço, o que mais mudou nesse processo com a pandemia foi a adaptação da criança, que passou a estudar em casa, lugar repleto de outros estímulos. “O ambiente conta muito no processo de aprendizagem”, comenta Larissa ressaltando que outra diferença está no domínio sobre as ferramentas digitais para o ensino.

O espaço que ela administra tem diferentes professores para cada área do conhecimento e trabalha com uma consultoria diferenciada a partir das necessidades dos alunos. Conforme Larissa, que trabalha há sete anos na área, a ideia é continuar oferecendo a opção de reforço online, além de presencial, quando for o retorno for possível.

Antes da pandemia, o espaço atendia 86 alunos em duas unidades e contava com 11 professores, contemplando do infantil ao ensino médio. Com o contexto de crise econômica e cancelamento de matrículas, atualmente 20 estudantes são atendidos pelo local, assistidos por sete professores. Larissa diz que tem tido procura considerável por atendimento presencial.

Conforme a professora Andréa Nogueira, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe-CE), há um movimento de pais que cancelam a matrícula dos filhos e buscam no reforço escolar um saída para que a criança, geralmente com dificuldades no ensino remoto, não perca o vínculo com os conteúdos da escola.

“Mas esse formato não é o ideal. O aprendizado na educação infantil se dá pela vivência na educação. O ideal é que permaneça nas escolas. Por isso que o Sinepe vem solicitando a retomada das aulas presenciais”, completa, destacando que a rede privada está preparada para a retomada desde julho. A ideia é de retorno gradual, em três etapas. O Sindicato representa somente instituições do ensino formal, onde o reforço escolar não está inserido.

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Tendo em vista as dificuldades intrínsecas ao período de ensino remoto, a vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), professora Lúcia Veras, afirma que o retorno às aulas deve demandar maior atenção pedagógica para os discentes.

“Considero que é um momento atípico. Haverá uma tendência de ampliação de carga horária, de reforço ou de um trabalho redobrado para recuperar essa aprendizagem”, justifica.

De acordo com Lúcia, no retorno às atividades presenciais das escolas públicas será realizado um diagnóstico com os estudantes para verificar o nível de aprendizado de cada um, com possibilidade, inclusive, de alocação em nova turma.

Retorno junto às escolas

Para Larissa Almeida, falta um detalhamento específico no Plano de Retomada Econômica do governo para estabelecimentos de reforço escolar. “Até porque a gente não é escola. Enquanto uma escola tem no mínimo 100 alunos, ou mais, não temos nem 15% dessa quantidade. Então o fator controle é muito maior. A proposta é diferente”, aponta.

De acordo com a Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE), responsável por coordenar o grupo responsável pela elaboração do Plano, os locais que funcionam como reforço escolar “vão retornar juntamente com as escolas, com previsão para setembro”, caso o cenário epidemiológico seja favorável.


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