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Responsáveis poderão escolher entre ensino presencial ou remoto no retorno às aulas no Ceará, anuncia Camilo

Previsão de retorno do ano letivo é para o mês de setembro. Informação foi divulgada pelo governador do Estado em pronunciamento ao vivo pelas redes sociais nesta segunda-feira, 3

Diante da previsão de retorno do ano letivo para setembro, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que caberá aos pais e responsáveis a decisão de conduzir estudantes a um retorno das aulas presenciais ou manter o ensino remoto no Ceará.

“As escolas, tanto públicas como privadas serão obrigadas a oferecer tanto o ensino presencial como o ensino remoto”, destacou Camilo em pronunciamento ao vivo pelas redes sociais nesta segunda-feira, 3.

No sábado, 1º, Camilo, ao lado do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), já havia anunciado que a previsão para retomada de qualquer atividade de ensino presencial somente iria ocorrer a partir de setembro, caso os indicadores da Covid-19 continuem a tendência de regressão.

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No primeiro anúncio da previsão, ele pontuou que protocolos e outros indicativos de como o retorno do ano letivo no Estado irá se desenvolver seriam anunciados ao longo da semana. Em sua fala, nesta segunda, 3, Camilo frisou que a orientação de manter as duas modalidades de ensino foi pautada por análises científicas e pareceres do comitê técnico e científico de enfrentamento à pandemia de coronavírus do governo estadual.

O gestor destacou ainda um comparativo com outras cidades ao redor do mundo, pontuando que o retorno de certas atividades deve ser debatido com muita cautela, tendo em vista a natureza de aglomeração de alguns setores, como o de ensino, e o risco inerente à saúde.

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Camilo pontuou que os diálogos sobre o retorno do ano letivo deverão envolver representantes de todos as partes envolvidas. A previsão do governador é de que encontros para debater o tema ocorram durante todo o mês de agosto. As medidas, segundo ele, precisam ser analisadas com “precaução e com muita responsabilidade”.

O intuito é assegurar que o retorno seja seguro para as famílias, os alunos e principalmente para as crianças, como frisou ao encerrar a parte do anúncio sobre o tema. “Eu prefiro pecar pelo excesso do que pela omissão”, destacou.

Desde julho, um grupo de trabalho formado por entidades públicas, representantes de pais e entidades de classe vêm se organizando para assegurar aos pais e responsáveis o direito da escolha sobre o retorno das atividades do ano letivo no Estado.

Procurada pelo O POVO, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) frisou que o plano de retomada do ano letivo de modo presencial na rede estadual ainda está em fase de elaboração. A pasta frisou ainda que está analisando todas as possibilidades que se apresentam como viáveis para evitar quaisquer prejuízos ao processo de aprendizagem dos estudantes.

A pasta frisou ainda que: “Antes de ser colocado em prática, o Plano de Retomada das Atividades Presenciais será submetido à avaliação da comunidade escolar, a partir da formação de comitês regionais e escolares, de forma que os atores envolvidos participem efetivamente do processo e que o plano atenda a realidade das escolas e da comunidade escolar”.

A Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME), município mais avançado no plano de retomada de atividades do Ceará, frisou que existe um grupo de trabalho do órgão empenhado em analisar e conceber propostas que busquem garantir um retorno do ano letivo na rede municipal.

A pasta pontuou que o grupo trabalha com diversas frentes de análise diante do cenário indefinido com relação ao retorno das atividades presenciais no Estado, mas que atua com intuito de cumprir todas as medidas de seguranças estipuladas pelo governo estadual e demais entidades de saúde.

Um estudo diante de todas as adaptações necessárias para comportar um retorno presencial está sendo feito pela SME, conforme informou em nota ao O POVO. As intervenções incluem, segundo a pasta: “Instalação de lavatórios, abertura de espaços para maior circulação de ar, ferramentas de sanitização, entre outras”.

Para Lúcia Veras, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), o modelo híbrido é uma solução viável para o retorno do ano letivo. Ela frisou que a medida vem sendo discutida dentro dos conselhos estaduais e nacionais há algum tempo. Lúcia considera a proposta como uma "solução viável", pois permite que o ano letivo retorne em pleno funcionamento evitando aglomerações, já que teriam ainda pais que iriam preferir que os filhos prosseguirem no ensino remoto.

Esse perfil de pais que detém preferência pelo ensino à distância também é reconhecido pela presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), Andréa Nogueira. Ela disse considerar como uma vitória do sindicato a fala do governador Camilo Santana sobre a implementação do modelo de ensino híbrido, assim como a busca pelo direito dos responsáveis escolherem qual modelo de ensino seus filhos serão inseridos.

Andréa pontuou que essas duas questões são um pedido do sindicato há cerca de dois meses. O retorno das atividades escolares presenciais para setembro, porém, é um ponto de divergência. Para o sindicato, a volta das atividades de ensino presencial deveria se dar “imediatamente”, conforme destacou Andréa. Ela esclarece que as instituições de ensino particular do Estado estão em constante diálogo com os órgãos governamentais para alinhar um protocolo seguro de retorno das atividades.

“As escolas já estão prontas para retornar. Implementamos uma série de cuidados para garantir a segurança de toda a comunidade escolar”, destacou ao pontuar as medidas que as instituições adotaram para se adequar aos protocolos de segurança sanitária. Segundo Andréa, todas as instituições particulares possuem capacidade para manter o modelo híbrido de ensino e que aguardam liberação do governo estadual, que inicialmente estava prevista para o dia 20 de julho, para todos os municípios que estivessem entrado na quarta fase de retomada das atividades.

Ela pontua ainda que muitos pais, já autorizados pelo plano de retomada econômica, estão indo trabalhar e precisam do apoio da escola para deixar seus filhos. O aspecto social e mental do retorno à rotina, ainda que com adaptações, também foi pontuado pela representante do Sinepe-Ce como algo benéfico.

Andréa, por fim, comenta que as entidades estão se articulando a fim de evitar demissões em massas, mas que eventuais cancelamentos de matrículas, em especial no ensino infantil e profissionalizante, estão tornando mais difícil evitar as demissões. “É um ciclo”, pontuou. Ela frisa ainda que o sindicato continuará aberto ao diálogo a fim de buscar sempre os melhores encaminhamentos para o retorno do ano letivo atendendo à comunidade escolar e aos pais e responsáveis.

Colaborou a repórter Flávia Oliveira

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