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Rampas de lixo persistem em calçadas e canteiros de Fortaleza

Prefeitura coleta periodicamente o lixo descartado de forma irregular, mas serviço não tem sido suficiente para acabar com monturos
23:52 | Mar. 02, 2020
Autor Angélica Feitosa
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Tipo Notícia

Durante o período de chuvas no Ceará, as rampas de lixo espalhadas pela Capital representam um risco a mais. Ponto de proliferação de ratos, moscas e baratas, elas também dão espaço para criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de arboviroses. Além de entupirem bueiros e, consequentemente, provocarem inundações.

O POVO visitou alguns "lixões" indicados por seguidores do perfil do Instagram O POVO Online. No cruzamento das ruas Tenente Benévolo e Gonçalves Ledo, no Centro, uma professora de 40 anos que preferiu não se identificar atribui ao lixo os problemas de pele que acometem seu neto de dois anos. Acrescente a isso, os transtornos causados pelo mau cheiro. "Esse fedor é de dia e de noite. E faz anos que é desse jeito", denuncia.

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Na rua Barão de Canindé, entre os bairros Parangaba e Montese, o lixo ocupa a calçada e obriga os pedestres a ocuparem a rua. O personal trainer Lino Monteiro, 48, culpa a população pelo monturo. "A Prefeitura limpa e, no dia seguinte, vem gente pra deixar a sujeira aqui. E olha que o caminhão (de lixo) passa duas vezes por semana", diz.

"Aqui sempre tem lixo porque sempre tem gente que deixa. E colocam aqui mesmo onde a gente está. Porque pra eles é tudo a mesma coisa, né? Nós e o lixo. Nós é lixo", compara uma mulher em situação na rua, que está há dois anos na Barão de Canindé com seu companheiro. Ela também preferiu não ser identificada.

Na avenida José Bastos, quase esquina com a avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Demócrito Rocha, o monturo ocupa o canteiro central por um quarteirão. O lixo afasta os clientes da loja de autopeças de Cleiton Feitosa, 38. "Mas a culpa é do povo, que a Prefeitura vem, limpa, e o povo suja tudo", aponta. Ele afirma já ter pensando em colocar uma placa com a inscrição de Proibido Colocar Lixo. "Mas de nada adianta. Parece é que as pessoas se sentem mais estimuladas a rebolar no mato quando ver uma placa dessa", lamenta.

A rampa de lixo aumenta na rua Franco Rocha, no bairro Henrique Jorge e, por conta disso, Ana Paula Moreira, 39, quase foi atropelada por uma bicicleta e por um automóvel. É que não havia mais espaço na calçada para ela passar e teve de caminhar na rua. Por uma situação similar passou Janete Silva, 46, na rua rua Coronel Alves Teixeira, esquina com Visconde do Rio Branco, no bairro Joaquim Távora, com a filha Anne Rayssa Silva, 14. "Isso aqui está assim há uns três anos. Na semana passada, quase que uma moto me leva", afirma.

Na Praia de Iracema, a esquina das ruas José Avelino e Historiador Guarino Alves acumula garrafas plásticas, papéis, isopor e mau cheiro levado pelo lixo orgânico. Morador da área há 50 anos, Jânio Almeida, 57, perdeu as esperanças de ver a região limpa. Uma camada cinza cobre o muro. "E ainda tem as pessoas que queimam o lixo e fica um fumaceiro medonho", reclama.

 

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