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Registros de picada de escorpião têm aumento de 129% em cinco anos no Ceará

Os animais são encontrados com uma maior frequência em período chuvoso
10:25 | Jan. 22, 2020
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Foram registrados 6.587 casos de picada de escorpião no Ceará em 2019, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado. Um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior, que teve 5.897.Entre 2015 e 2019, o aumento no número de casos foi de 129%. Em épocas de chuva e calor, é mais propício o aparecimento de escorpiões. Por isso, é preciso redobrar os cuidados nesse começo de ano.

No ceará, os escorpiões estão adaptados ao clima de calor e se localizam em buracos no solo ou sistemas de esgotos, nas cidades. Durante a quadra chuvosa, por não serem animais adaptados à água, saem de seus abrigos e seguem para locais mais quentes e seguros. Isso gera uma maior possibilidade de acidentes.

Ivan Luiz, técnico do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde do Ceará, informa que existem cerca de 12 espécies de escorpiões no Ceará, mas o mais comum é o escorpião-do-nordeste (Tityus stigmurus). Esse animal tem hábitos noturnos, ou seja, se alimenta e é mais ativo durante a noite. São pequenos e têm a coloração amarelada ou amarronzada, de forma que se camufla com o solo árido, da região onde habita. Se alimentam de insetos e principalmente de baratas domésticas.

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Casos de acidentes com escorpiões registrados no Ceará nos últimos 5 anos:

2015: 2.876

2016: 3.918

2017: 4.284

2018: 5.897

2019: 6.587

Confira cuidados que possam evitar os acidentes com picadas de escorpiões:

1- Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios e evitar entulhar materiais de construção. Esses locais podem ser bons esconderijos para o animal. Mantenha os materiais de construção em local limpo e organizado.

2- Guardar lixo em sacos plásticos e colocar na rua apenas nos dias em que o caminhão de lixo passar. O lixo pode atrair tanto escorpiões como baratas e aranhas, que são alimentos dos escorpiões. É preciso também ficar atento a farelos e restos de comida espalhados pela casa.

3- Evitar queimadas em terrenos baldios. As queimadas podem expulsar os escorpiões do local, o que farão eles buscarem abrigo em outros áreas da residência, como em residências próximas. Tenha cuidado também com cupinzeiros e troncos de árvore abandonados.

4- Rebocar buracos e remover folhas e trepadeiras de paredes e muros. É preciso evitar ao máximo a possibilidade de escorpiões alcançarem o interior da residência, e impedir os caminhos mais fáceis é essencial.

5- Colocar telas em outros locais de fácil acesso pelos animais. Tampar fossas e ralos, e colocar telas nas janelas, pias, e tanques também evita a invasão dos animais dentro da casa.

6- Manter pontos de energia e de telefone bem fechados. O local pode servir de esconderijo para os escorpiões.

7- Eliminar presas de escorpião do local e preservar seus predadores. Os escorpiões se alimentam de grilos, aranhas e principalmente baratas, e a presença desses animais na residência pode atraí-los. Preservar os seus inimigos naturais por perto, como corujas, sapos, galinhas e gansos, pode evitar o risco de aparecimento.

8- Verifique locais e roupas. Esses animais também se escondem em locais escuros, como o interior de calçados, guarda roupas, e debaixo de lençóis e travesseiros. Por isso, é importante verificar roupas e sapatos antes de usá-los, e camas, lençóis e travesseiros antes de dormir. Locais como banheiros também devem ser revistados antes de serem usados.

9- Em locais de risco, utilizar roupas adequadas. Em locais como matas, trilhas e terrenos usados em agricultura e atividades relacionadas, usar botas de cano alto, luvas de couro, e perneiras, para proteção contra picadas.

O que fazer em caso de picada de escorpião

O animal se sente ameaçado facilmente. Ao ser tocado, tenta se defender através da picada. O ferimento pode ter dor moderada à intensa, e pode causar formigamentos na região. “Lavar o ferimento com água e sabão é a primeira coisa que a pessoa deve fazer e logo em seguida procurar imediatamente uma unidade de saúde”, informa Ivan.

Uma compressa de água morna também pode ser aplicada no local, mas, como ressalta Ivan, “jamais deve-se amarrar; aplicar qualquer tipo de substância no local da picada (como por exemplo, álcool e querosene); cortar, perfurar ou queimar o local do ferimento; não usar curativo e evitar ingerir bebida alcoólica ou derivado”.

De acordo com a assessoria do Instituto Doutor José Frota (IJF), acidentes causados por tais animais configuram intoxicação, e o diagnóstico deve ser realizado de forma cautelosa e, dependendo da situação, tratamentos como soroterapia heteróloga.

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