Fortaleza integra campanha nacional para prevenção do suicídio; ações ocorrem até este domingo
A ação busca alertar para a necessidade de falar sobre o tema. De acordo com pesquisa Ibope, 20% dos fortalezenses acreditam que a depressão é um sinal de fraquezaComo parte do movimento Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio, Fortaleza integra, até este domingo, 29, a campanha nacional "Na Direção da Vida – Depressão sem Tabu", que alerta para a necessidade de falar sobre o tema, ainda envolto em uma atmosfera de preconceito, tabus e informações, muitas vezes, incorretas ou incompletas.
As ações começaram na quinta-feira, 26, quando a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) instalou máscaras com o pictograma de um girassol em todos os semáforos no entorno da Praça Portugal, no bairro Aldeota. De acordo com a Prefeitura, a produção é totalmente inédita e foi feita especialmente para a cidade de Fortaleza.
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AssineO plantio de 70 mudas de girassol, planta que simboliza a campanha de prevenção ao suicídio, também foi realizado na Praça Portugal nessa sexta-feira, 27. Profissionais da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor) orientaram à população sobre cuidados com plantas plantas medicinais e ornamentais. O órgão doou 150 mudas dessas plantas para as pessoas que transitavam pelo local.
A praça ainda conta, durante o período da campanha, com dois totens com um resumo do manifesto do movimento, além de um QR Code para o site www.depressaosemtabu.com.br, que reúne informações educativas sobre o tema e dicas de como ajudar alguém que apresente comportamentos de risco.
A campanha, que têm abrangência nacional, é promovida pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pela Upjohn (divisão focada em doenças crônicas não-transmissíveis) e pela área de Medicina interna da Pfizer, empresa farmacêutica multinacional.
Fortalezenses ainda apresentam grande resistência para falar sobre o tema
Enquanto as taxas de suicídio caem em um contexto global, o Brasil apresenta um cenário que vai na contramão. De acordo com artigo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, o número de suicídios aumentou 24% entre os anos de 2006 e 2015.
Em Fortaleza, há ainda uma resistência à aceitação da doença acima da média nacional. Cerca de 35% dos fortalezenses acreditam, ou têm dúvida, sobre depressão ser causada pela "falta de Deus". Além disso, a cidade é a que mais acha que a doença é um sinal de fraqueza (20%). Mesmo com a doença diagnosticada, os fortalezenzes continuam sem querer falar sobre o problema.
43% não se sentiriam à vontade para falar sobre o assunto no trabalho e/ou escola. Entre os principais motivos apontados estão: "As pessoas não levam a depressão a sério e não vão acreditar que estou doente" (59%), "Não quero que sintam pena de mim" (45%) e "Tenho receio de ser hostilizado ou ridicularizado pelos meus colegas" (35%). No âmbito familiar, os fortalezenses são os que mais têm medo de atrapalhar e preocupar os familiares em caso de depressão (63%). Os dados são da pesquisa Ibope Conecta, realizada em março deste ano.
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